Rui diz que Temer ou Maia no poder é prolongar sofrimento: ”Eleição direta é o caminho”

Rui Costa concede entrevista Mário Kertész. Foto: Manu Dias

Durante entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole FM de Salvador, na manhã desta quarta-feira (2), o governador Rui Costa (PT) falou sobre a votação na Câmara dos Deputados que decidirá o futuro do presidente Michel Temer (PMDB). Questionado sobre o possível resultado da sessão, marcada para às 9h, o petista voltou a declarar que a saída para a crise está nas eleições diretas, desconsiderando a ida de Rodrigo Maia (DEM-RJ) atual presidente da Câmara para a presidência da República. ”Quando se tem uma crise grande, se destitui o governo e convoca as diretas. A Inglaterra fez isso. Não tenho problema nenhum em colocar meu cargo a disposição de modo antecipado para disputar as eleições e resolver a crise no Brasil. Topo isso. O povo tem direito de decidir quem será o presidente”, afirmou. ”Defendo que a gente coloque fim nesse sofrimento. Caso contrário, é participar de uma farsa, enganar o povo mais uma vez. Pra mim é muito claro. Acho que o Congresso deveria dar exemplo de amor ao Brasil, ao povo, e votar uma PEC e chamar as eleições diretas imediatamente para governador, deputado e presidente”, acrescentou. De acordo com Rui, com a saída de Temer e as eleições diretas, o Brasil vai voltar a ser respeitado. ”O povo escolhe, a gente estabiliza o país, os investidores voltam a ter segurança e o Brasil volta a ser respeitado. Vamos gerar emprego”, disse. ”O melhor caminho é a eleição direta, isso o mais rápido possível. Se não, o sofrimento vai se prolongar até o ano que vem. Várias pessoas que estão no Congresso estão sendo investigadas, inclusive Temer, e ele ainda quer votar a reforma previdenciária, pra tirar ainda mais diretos do trabalhador”. Rui comentou a decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de vetar um empréstimo ao governo da Bahia. A liberação do valor já havia sido acertada, mas faltando pouco para o repasse, o presidente mudou de ideia. Sem citar nomes ou partidos, o governador citou a influência de ”gente que detém meios de comunicação” na negativa. ”Eu rezo todos os dias e comigo mesmo peço forças e energias a Deus. Sei que a Bahia é forte, vamos vencer essa batalha, por mais difícil que pareça. É gente poderosa, gente que detém meios de comunicação, que defende um e fala mal de outro. Aprendi a ter fé em Deus, trabalhar e ser sincero. Assim que eu pauto minha vida”, afirmou. O governador classificou como “fofoca” as afirmações que ele havia liberado dois secretários – Fernando Torres (PSD) e Josias Gomes (PT) – para retomarem os mandatos como deputados e votarem a favor do presidente. ”Eu não liberei ninguém. Eles pediram para serem exonerados.Eles pediram, não posso impedir. Me disseram que não queriam ficar de fora da votação e é um direito deles, foram eleitos deputados. Eles me pediram e eu disse: tudo bem. A bancada do PT votou decisão para votar pela admissibilidade do processo e Josias vai seguir a bancada do PT. As pessoas que defendem as reformas de Temer e golpe fica querendo se esconder e fazendo fofoca na imprensa”, rebateu.