A Serra do Mutum

Souza - Adrade

Mais duas pessoas simples, do povo, morreram na Serra do Mutum, no último sábado, 22/03/14. Para o Brasil essas vítimas não têm nome nem sobrenome. Viram estatísticas, números, passam a engrossar a lista dos milhares que morrem prematuramente nas miseráveis rodovias brasileiras. Foi um acidente de graves dimensões, o de sábado. A notícia foi destaque no noticiário nacional. Grandes emissoras de rádio e de TV; os principais jornais, site e blogs do país espalharam a informação. Novamente, Jequié e Jaguaquara citados como referência, mas referência de tragédias que se multiplicam e quase sempre fatais. Como estamos em ano eleitoral, já começaram as promessas de que a estrada vai ser duplicada. De fato, uma das soluções é sua duplicação. Mas essa conversa é antiga. Quando o governo abriu mão de cuidar da BR-116 passando toda responsabilidade para a VIABAHIA, foi estabelecido um cronograma de obras. A única coisa que a concessionária fez com eficiência foi à construção das praças de pedágio. Uma observação importante essa feita por um cidadão numa rede social – os reparos no asfalto são feitos durante o dia, numa demora sem fim, provocando transtornos e prejuízos para a população, mas quando é para construir as praças de pedágio eles trabalham 24 horas por dia. Elas ficam prontas num piscar de olhos. Agora mesmo estão prometendo construir algumas passarelas na Cidade Nova e no KM 4. Vão enrolar, enrolar e ainda vão dizer que as obras já fazem parte do grande complexo de duplicação da BR.

DESCRENÇA

Essa descrença não é resultado do acaso. O próprio governo federal não para de se queixar dos atrasos. Mas as reclamações também não passam de falácias. Se fosse uma empresa de fundo de quintal já tinham tomado uma providência. Como é uma grande empresa, acredita-se na existência de interesses outros, e por isso as coisas são empurradas com a barriga. Para agradar o povo, volta e meia aparece um e outro falando em rigor, isso e aquilo e não passa disso, joguinho para torcida. Fica registrado aqui, a nossa indignação com os governos que arrecadam trilhões todos os anos e não conseguem oferecer o básico para o seu povo. Vivenciamos um Estado cada vez mais decadente – sem escola, sem saúde, sem segurança, sem estrada e com milhões de jovens em busca de emprego decente. Viver com dignidade nesse país é coisa para poucos.

Por Souza Andrade

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