”Previdência estadual fica como está”, garante Rui, que diz achar ”estranha” a divisão de Temer

Rui também fala do fim da terceirização. Foto: Blog Marcos Frahm

A atitude do presidente Michel Temer (PMDB), de retirar servidores municipais e estaduais da Proposta de Emenda à Constituição sugerida pelo Executivo e protocolada na Câmara Federal como PEC 287, a Reforma da Previdência Social, é considerada estranha pelo governador Rui Costa (PT). Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (23) ao vistoriar obras do Metrô na Avenida Paralela, em Salvador, Rui considerou ”estranha” a divisão feita por Temer. Segundo Rui, os servidores baianos já estão em regime de nova Previdência desde 2006. ”Cada um vai ter uma forma para o servidor se aposentar?”, inquiriu. ”Aqui a nova Previdência já está votada. Em dezembro de 2006 eu pedi ao governador Wagner que enviasse o projeto de lei e já foi votado. Então os novos servidores que estão entrando no estado já estão participando da nova Previdência estadual. Os problemas são os atuais e isso eu não vou mexer em nada por enquanto”, apontou o governador, que ainda se posicionou contrário à manobra articulada pelo presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para aprovar o fim da terceirização. Costa criticou a falta de diálogo com as entidades sindicais antes de levar a pauta para votação no Congresso. Maia usou uma proposta aprovada pelo Congresso em 1998, o que faz com que o projeto siga direto para sanção no Planalto. Para o chefe do Executivo baianao, medidas que ”prejudicam os trabalhadores” estão sendo votadas de forma muito ”açodada”, sem discussão. ”O ideal é você negociar e me parece que isso não foi feito”, pontua. Rui admitiu não conhecer a fundo o texto aprovado, mas demonstrou descontentamento quanto à expansão do regime de terceirização no país, que agora poderá ser adotado até mesmo para a atividade-fim das empresas. Ele defende que áreas estratégicas e áreas de risco sejam excluídas da nova legislação. ”Por exemplo, a operação de complexos petroquímicos, de petróleo, de energia, pode trazer risco grande pra os trabalhadores e para a população porque precisa de mão de obra altamente especializada, treinada”, avalia. Apesar disso, o governador defende uma ”pactuação” entre representantes oposicionistas, a fim de encontrar soluções a longo prazo para o país.