PM cumpre ação de reintegração em fazenda da EBDA em Itiruçu e assentados criticam prefeitura por ação

Assentados critiam ação movida pela Prefeitura. Foto: Blog Marcos Frahm

Policiais militares do 19º BPM e da Companhia Independente de Policiamento Especializado – CIPE Central realizaram, nesta quarta-feira (05), mais um cumprimento de mandado de reintegração de posse em terras ocupadas por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Desta feita, o mandado expedido pela Justiça fez cumprir a ação possessória em uma fazenda localizada no território de Jaguaquara, numa área pertencente a extinta EBDA – Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, mas que estava sendo utilizada pela Prefeitura de Itiruçu, após concessão de uso autorizada pelo Governo da Bahia em 2018.

No local, máquinas fizeram a demolição de barracos instalados pelos assentados, que demonstraram sinais de resistência, inclusive sob a influência de um colombiano que estava acampado na fazenda, mas acabaram dialogando com oficiais da Polícia Militar, capitães Hianderson Ribeiro e Augusto José e acataram a decisão judicial, sem conflito entre as partes. Oficiais de Justiça e equipes da Prefeitura de Itiruçu, instituição que moveu a ação, acompanharam todo o despejo.

Os assentados, apesar de terem acatado a ordem, disseram que a terra é improdutiva, que estavam produzindo milho e feijão que iriam movimentar a economia com renda na agricultura familiar e protestaram contra a prefeita de Itiruçu, Lorena Di Gregório do PSD, pela ação movida pela sua gestão.  ”Doutora, é justo o que a senhora está fazendo com o povo brasileiro, a senhora sendo petista ? A gente lutou para colocar no poder e pode lutar para arrancar do poder. A gente quer um pedaço de terra para sustentar famílias”, disparou um dos integrantes que cobra diálogo dos governos Jerônimo Rodrigues (PT) e Lula com a classe do MST.

Conforme apurou o Blog do Marcos Frahm, a decisão também estabelece multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento. A redação manteve contato telefônico com a pefeita Lorena, que se manifestou: ”O mandado veio da juíza e prefeitura não tem poder de mandar ninguém desocupar terra. Nós entramos na justiça porque na cessão de uso diz que o município tem que zelar pelo patromônio que não é do município, é do estado. Se a justiça entendesse que eles poderiam ficar lá, ela iria dá o parecer favorável”.

Como a fazenda desocupada fica às margens da BA-250, a polícia foi informada de que pode haver o bloqueio da estrada nos próximos dias. Distante 10 KM de Itiruçu, no Entroncamento de Jaguaquara, outra fazenda, esta pertecente a herdeiros segue ocupada pelo grupo.