Morreu Umberto Eco, o filósofo que ajudou a reinventar a figura do intelectual

Umberto Eco, autor de O Nome da Rosa,
Umberto Eco, autor de O Nome da Rosa. Foto: Divulgação

O escritor italiano Umberto Eco, autor de O Nome da Rosa, morreu na noite desta sexta-feira na sua casa em Milão. Tinha 84 anos e era uma das mais relevantes figuras da cultura italiana dos últimos 50 anos. Não foi revelada a causa da sua morte mas, segundo a France Presse, o escritor sofria de um cancro há vários anos. O seu nome fica ligado a nível internacional ao grande sucesso que teve a obra O Nome da Rosa, editado em 1980, e que se transformou num best-seller internacional – curiosamente em França foi recusado por duas grandes editoras, a Seuil e a Gallimard, acabando por ser editado pela Grasset. O romance, um mistério passado num mosteiro medieval, foi traduzido em todo o mundo e vendeu mais de 10 milhões de cópias. Mais tarde, foi adaptado ao cinema pelo realizador Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery a desempenhar o papel principal. Umberto Eco foi um pioneiro da semiótica, a ciência dos signos, um teórico da linguagem e autor de vários ensaios filosóficos. Foi só relativamente tarde que publicou o seu primeiro romance, precisamente O Nome da Rosa, mas foi este que lhe garantiu uma popularidade mundial ao pôr a sua enorme erudição ao serviço da construção do romance histórico. ”A linguagem, a informação, a retórica dos discursos e a necessidade de compreender as configurações culturais em que vivemos, em comparação com as que existiam outrora, eram os seus temas”, diz o historiador Diogo Ramada Curto. “O ensaio, a história mas sobretudo, desde a publicação de O Nome da Rosa, a obra de ficção eram os instrumentos de que se servia para responder tanto às preocupações pelo presente, como pelo passado.”. Nasceu em Alexandria, na região do Piemonte, a 5 de Janeiro de 1932. Cresceu durante a II Guerra Mundial, estudou filosofia e estética e formou-se com uma tese sobre a estética de São Tomás de Aquino mas, sublinha o Le Monde, não se mantém apenas na área da teoria e logo a partir de meados dos anos 50 entra no mundo dos media começando por trabalhar na RAI, a televisão pública italiana, em programas culturais. Leia na íntegra