Nelson Portela (PT) havia governado Maracás por dois mandatos, estava afastado da política local há 12 anos, exercia em Salvador, através da SESAB o cargo de coordenador dos consórcios de saúde do Estado, era gente de confiança do Governo e aos seus 60 não imaginava retornar ao cargo de prefeito da terra-natal, mas as reviravoltas da política lhe trouxeram para o jogo, que para ele começou antecipado. Portela começou a se movimentar ainda em 2022, após o prefeito Soya Novaes (PDT) romper com o então governador Rui Costa (PT) para marchar com ACM Neto (UB), que perdeu o pleito, inclusive em Maracás.
Nas eleições municipais 2024, Nelson se candidatou à Prefeitura, enfrentou uma disputa emblemática, venceu por 604 votos de diferença o empresário Eliosvaldo, o Lió (PDT), apoiado pelo grupo de Soya e desbancou também o vice-prefeito Samuel Nascimento (PL), terceiro colocado no pleito. Agora, além de prefeito Portela quer presidir o Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Vale do Jiquiriçá- CONVALE, entidade que congrega 20 prefeitos do território. Entretanto, terá pela frente dois novos desafios – convencer a maioria dos colegas e trabalhar pela não manutenção do estatuto do Consórcio, cujas regras exigidas dizem que, apenas prefeitos reeleitos, devem disputar e Nelson contesta, diz que houve alteração das regras em 12 de setembro deste ano e que isso seria inconstitucional. O atual presidente, Danilo Italiano (PSD), gestor de Nova Itarana, nega que haja irregularidade e diz ter aprovação de 17 das 20 câmaras de vereadores para aprovação do projeto, além da anuência dos prefeitos. Já Portela, atento as movimentações afirma que para prevalecer o estatuto é preciso que a proposta passe pelo crivo da totalidade dos municípios. ‘’O que foi feito foi inconstitucional. Não se pode mexer no estatuto quando todos os municípios não ratificam essa lei na câmara. Eu fui coordenador dos consórcios durante 09 anos, trabalhei com isso desde a primeira policlínica a última em Ilhéus. Então, sei que isso não pode. Como é que eu voto e não posso ser votado? Agora, imagine, se nenhum prefeito fosse eleito, o consórcio ficaria sem presidente?’’, questiona o prefeito eleito da Cidade das Flores, tendo afirmado que faltariam aprovação de 03 câmaras. Entretanto, ele diz que o consenso na eleição pode haver, pois três candidaturas, com a sua, estariam postas, Antonio Sampaio (Avante), e Marquinhos Sena (PP), também estão no páreo.
Relação com vereadores
Dois onze vereadores que irão compor a nova Legislatura em Maracás, oito seriam integrantes da oposição, mas dois deles já apareceram em foto com o futuro prefeito, que aposta na vitória da base na Câmara Municipal. ‘’Com fé em Deus, faremos à presidência. Já conversei com alguns vereadores, nós fizemos quatro da base, com um, que é Jonas, que não ficou conosco porque o partido não permitiu que coligasse conosco, mas sempre esteve junto comigo, Jonas é da base’’, revelou.
Escolha do secretariado
Nelson nega que esteja cumprindo acordo político para a seleção dos secretários, inclusive um deles será o bancário Washington Novaes, irmão do atual prefeito Soya, que teria declarado apoio a sua candidatura. ‘’Essa escolha não foi nenhum acordo político, são escolhas de pessoas que tem perfis, competência. Meus diretores, o segundo escalão também já está montado e eu acredito que nós vamos fazer uma administração diferente’’, aposta Nelson.
Falta d‘agua no município
Questionado sobre qual seria sua primeira ação ao assumir o cargo em janeiro de 2025 ele diz que irá se empenhar para tentar sanar o problema da falta de água potável, que tem afetado os munícipes com impacto negativo na vida da população rural. ”A primeira ação, a gente precisa cuidar de água para o povo, que está passando cede na zona rural, isso é um absurdo. Maracás perdeu o convênio com o exército e estou tentanto retomar isso, mas só posso retomar a partir de janeiro”, concluiu, dizendo que ainda não teve a senha para executar a celebração de novo convênio.
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