Jequié: Câmara votará pedido de impeachment contra o prefeito apresentado por Reginaldo Barros

Barros aponta irregularidades na gestão. Foto: Blog Marcos Frahm

Um pedido de afastamento do prefeito de Jequié, Sérgio da Gameleira, deverá ser votado pela Câmara Municipal na sessão desta quarta-feira (27). O pedido de impeachment contra o gestor da Cidade Sol foi protocolado na Casa na semana passada, assinado pelo ex-vereador Reginaldo Barros de Novaes, que aponta no documento supostas irregularidades no âmbito da gestão pública municipal, dentre as quais já apresentadas por vereadores da bancada da minoria ao Ministério Público e a Polícia Federal. Com o documento apresentado por Reginaldo, cabe aos parlamentares a decisão de acatamento ou não pelo processo de apuração em votação aberta.

Controvérsia

Nos meios políticos, uns dizem ser necessária a maioria simples dos votos, ou seja, metade e mais um. Outros afirmam entender que, para a Câmara acatar a denúncia, são necessários 10 votos e que, para o afastamento, terão que ser contabilizados 2/3 dos votos. Nesse caso, o presidente só vota em situação de empate. Eis aí um embate jurídico. A sessão terá início a partir das 17h, com expectativa de grande público e espera-se a presença de todos os 19 vereadores. O prefeito detém a maioria. Caso o chefe do Executivo seja afastado, quem assume é o vice-prefeito, Hassan Iossef, de quem Sérgio não é mais aliado.

Entre as velhas caras

Reginaldo Barros, que é professor da rede estadual, está entre as velhas caras da política local. Ouvidor da Prefeitura na gestão da ex-prefeita Tânia Brito, em 2016, ele rompeu com a gestora à época e chegou e pedir desculpas publicamente à população de Jequié, afirmando após deixar o cargo que teria sido usado e estava nas trevas, se referindo ao grupo do deputado federal Roberto Britto, de quem se tornou opositor.  Passou a defender a bandeira então vice-prefeito Gameleira, que também se posicionava contrário a administração da qual fez parte e candidatou-se a prefeito, sendo eleito para comandar o município naquele ano. Em 2017, Sérgio retribuiu o apoio nomeando Barros para dirigir a Superintendência Municipal de Trânsito-Sumtran. Em novembro de 2018, ele rompeu com o prefeito e teve dois filhos que também integravam a gestão, atuando na Secretaria de Infraestrutura, exonerados. Ao Blog Marcos Frahm, o autor disse nesta terça-feira que o pedido de impeachment contra o seu ex-padrinho político baseia-se em irregularidades, tendo justificado que constatou desmandos na aplicação dos recursos dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb. ”Se os vereadores observarem o teor da denúncia irão atacar o pedido de afastamento. São superfaturamentos com reformas de escolas, uma conta que não fecha. São desvios na educação, desmandos que nós apuramos e isso nos levou a pedir o afastamento do prefeito”, disparou. Na Câmara, aliados de Sérgio não acreditam no acatamento da denúncia e postam na frustração de Barros nesta quarta.