Grupo protesta contra decisão judicial que proíbe guerra de espadas em Senhor do Bonfim

Guerra de espadas é vetada pela Justiça. Foto:TV São Francisco

Espadeiros e moradores de Senhor do Bonfim, no Recôncavo Baiano, realizaram nesta sexta-feira (23) um protesto contra a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) de proibir a realização da tradicional “guerra de espadas” no município. A prática acontece todos os anos, no dia 23 de junho, durante o São João. Os manifestantes realizaram um caminhada passando pelas ruas Costa Pinto, Júlio Silva e Barão de Cotegipe, onde acontece o percurso da “guerra de espadas”. “Foi um ato da população contra essa decisão judicial que é precipitada. A guerra de espadas é uma tradição que tem quase um século e representa a identidade da cidade nessa época do ano”, destacou Darlan Valverde presidente da associação de espadeiros da cidade. Além de vetar a “guerra de espadas”, a Justiça também suspendeu a lei municipal que tornava a prática um patrimônio cultural e imaterial da cidade. Quem descumprir a medida pode ser preso e pagar multa de até R$ 10 mil. A decisão atendeu a um pedido feito pelo Ministério Público do estaado (MP-BA), que considera a prática uma atividade perigosa e que já havia recomendado à prefeitura do município que não promovesse, preparasse, apoieasse ou cooperasse com a execução da guerra de espadas na cidade. Os espadeiros, no entanto, discordam do MP-BA. “Embora tenha o nome de guerra, trata-se de uma prática pacífica. Temos dados médicos que comprovam uma diminuição, ao logo dos anos, de queimaduras nos participantes. Além disso, nunca tivemos dados de óbito durante o percurso. Lamentavelmente, vamos ter que acatar a decisão da Justiça, mas já entramos com recurso para reaver essa medida”, destaciy Valverde.