E Patrick será o candidato do Governo contra Zé Cocá em Jequié? Rapadura é doce, mas não é mole; entenda

Patrick quer enfrentar Zé Cocá. Foto: Blog do Marcos Frahm

Com 5,85% dos votos de Jequié e eleito deputado estadual como uma das ”supresas” da política baiana, com 0,45% dos votos válidos com 100% das urnas apuradas na Bahia, Patrick Lopes, ex-prefeito de Jitaúna, que trocou o PP de João Leão pelo Avante de Isidório com anuência de Rui Costa (PT) em 2022, ao renunciar o cargo de prefeito, vem alimentando o sonho devolta ao Executivo, desta feita, na Cidade Sol, se assim o atual governador, Jerônimo Rodrigues, o desejar.

Esse discurso tem sido utilizado pelo parlamentar nas entrevistas que tem dado às emissoras de rádio no município comandando, atualmente, pelo prefeito Zé Cocá, seu ex-professor (ops, ex-aliado). Nesta semana, em entrevista a Rádio Cidade Sol FM, Lopes disse que coloca o nome a disposição do grupo liderado por Jerônimo para uma eventual disputa com Zé, este que não conta mais com o apoio e simpatia do Governo.

Entretanto, a vontade de Patrick pode causar arranhões na base do PT local, que tem na figura do deputado estadual Euclides Fernandes o seu maior expoente, sendo este um dos 10 eleitos pela sigla no estado. Além dessa rachadura, o ex-prefeito de Jitaúna também pode ter que enfrentar o hábil vereador Ramon Fernandes, filho de Euclides, que apesar de também integrar o grupo do governador mantém forte alinhamento com Cocá e vem sendo cotado para ocupar espaço como possível nome a vice-prefeito numa candidatura à reeleição do atual prefeito de Jequié.

A rapadura é doce, mas não é mole. Para azedar um pouco o projeto de Patrick, além da alta popularidade de Cocá, ainda tem a figura de Poliana Leandro, vice-prefeita do município que também é do PT e, ao que parece, está isolada pelos movimentos pré-eleitorais. O certo é que os 4.967 votos que o simpático deputado teve em Jequié representam muito pouco diante de um colégio eleitoral de mais 110 mil eleitores.

Lógico que cada eleição tem um cenário diferente do outro e, como ensinava o saudoso Maglhães Pinto, lá atrás, que política é como nuvem, fatos podem acontecer e a popularidade de Cocá despencar, mas não se sabe se a ponto de Patrick deslanchar. Um guru político ouvido pelo Blog do Marcos Frahm fez a seguinte pergunta: e se Jerônimo abraçar Lopes, vincular a imagem do ex-aliado de Zé a de Lula, convencer Euclides a aparar as arestas com Patrick e envolver Antônio Brito no processo, não será um candidato competitivo? Com a resposta, o tempo…