”Corrupção é senhora idosa, pode estar em todo lugar”, diz presidente Dilma após protestos

Dilma concede coletiva.  Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.
Dilma concede coletiva. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

Na primeira reação pública aos protestos do último domingo (15/3), a presidente Dilma Rousseff afirmou que as manifestações mostraram um “país forte” e ressaltou a importância da democracia. ”Estou aberta ao diálogo”, disse. Enquanto Dilma falava em Brasília, o Ministério Público Federal anunciava a denúncia contra o tesoureiro do PT, envolvido no esquema conhecido como petrolão. ”A corrupção não nasceu hoje. Ela é uma senhora bastante idosa neste país e pode estar em qualquer área”, disse a presidente. Questionada a respeito dos escândalos de desvios de verba e lavagem de dinheiro, Dilma ponderou que o combate à corrupção começa por meio de um processo educacional: ”É o fato de não querer ganhar vantagem em tudo, valorizar o trabalho. As pessoas não devem cometer pequenas infrações porque ela cria um ambiente de permissividade”. Sobre os pedidos de intervenção militar, foi enfática: “Não quero consenso. Você tem de aceitar que as vozes são diferentes, mas tem de haver responsabilidade quando se trata de instituição. Isso vale para todas as instituições. Vale para Congresso, Executivo, Judiciário”, disse. ”O dinheiro tem esse poder corruptor, temos que reforçar a legislação para impedir esses atos”, emendou. Dilma rebateu Eduardo Cunha – que diz existir corrupção no Executivo, e não no Legislativo – e afirmou que é preciso ter vigilância. Dilma ainda mencionou os ajustes da política fiscal e reafirmou que nos próximos dias deve anunciar um pacote de medidas para o combate à impunidade e corrupção. Ressaltando o discurso de humildade, a presidente disse que vai chamar a participação de toda a sociedade para a construção das medidas. Sobre a reforma política – uma das reivindicações que apareceram nas manifestações – Dilma afirmou que o protagonismo das ações deve ser das ruas, mas chamou a responsabilidade do Congresso de acelerar o processo de discussão das medidas. Nota do Correio Braziliense