Com crianças entre os mortos, Angola inicia investigação sobre tragédia em estádio

Dirigente critica atuação da polícia na tragédia. Foto: Tekassala Toco
Dirigente critica atuação da polícia. Foto: Tekassala Toco

As autoridades angolanas anunciaram a abertura de uma investigação após um tumulto que deixou pelo menos 17 mortos, incluindo várias crianças, na sexta-feira, na entrada do estádio de Uíge, no noroeste do país, por ocasião do primeiro dia do campeonato nacional de futebol. A comissão de inquérito irá determinar as causas do incidente, anunciou neste sábado a agência de notícias nacional ”Angop”. Outra comissão será criada para apoiar as famílias das vítimas e ajudar a organizar os funerais. Sexta-feira à noite, o tumulto na entrada do estádio Quatro de Janeiro, em Uíge, deixou pelo menos 17 mortos e 56 feridos, segundo informou a polícia. – Várias crianças morreram – declarou à AFP o porta-voz da polícia, Orlando Bernardo. A tragédia ocorreu na entrada do estádio onde o clube Santa Rita recebia o Recreativo do Libolo, na abertura do campeonato angolano. ”Durante a partida, quando as duas equipes já estavam em campo, torcedores tentaram entrar no estádio para assistir ao jogo. O portão cedeu com a pressão e 17 pessoas morreram no tumulto”, afirma um comunicado do clube visitante. De acordo com Sergio Traguil, treinador da equipe anfitriã, entrevistado pelo jornal português ”Diário de Notícias”, ”nenhuma pessoa dentro do estádio percebeu o que estava acontecendo lá fora”. As imagens transmitidas pela televisão pública de Angola parecem confirmar estas afirmações: é possível ver o jogo se desenrolar normalmente em um estádio rústico, desprovido de qualquer arquibancada, onde os espectadores presentes assistem à partida na beira do campo, ou amontoados atrás do gol no gramado de uma pequena colina. O duelo não foi interrompido e terminou com a vitória do Recreativo por 1 a 0.