Citado em delações da Operação Lava Jato, Eunício Oliveira é eleito presidente do Senado

Eunício é eleito. Foto: Jane de Araújo/Agência Senado
Eunício é eleito presidente. Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito há pouco presidente do Senado Federal para o biênio 2017/2018. Eunício teve 61 votos e venceu José Medeiros (PSD-MT), que conquistou o apoio de 10 senadores. Dez senadores votaram em branco. A eleição confirmou o favoritismo do peemedebista e confere ao PMDB um domínio de 12 anos no comando da Casa. Eunício substitui o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que passará a ocupar a liderança do partido na Casa. O cargo era ocupado por Eunício. A sessão deveria ter começado às 16h, mas só teve início às 17h35 porque os líderes partidários fizeram longas reuniões para definir a ocupação dos demais cargos da Mesa Diretora, conforme a regra da proporcionalidade das legendas. Na mesma sessão, foi feita a comunicação à Mesa dos novos líderes partidários. O PTB indicou  Armando Monteiro Neto (PE) para a liderança, o PSD escolheu Omar Aziz (AM) e o PP, Benedito de Lira (AL). Ronaldo Caiado (GO) e Paulo Bauer (SC) foram reconduzidos à liderança do DEM e do PSDB, respectivamente.

Citado em delação da Operação Lava Jato

Aos 64 anos e senador de primeiro mandato após dois mandatos como deputado e dois anos como ministro das Comunicações do governo Lula, Eunício foi citado por três delatores da Lava Jato: o ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-diretor da Hypermarcas Nelson Melo, e o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht,Cláudio Melo Filho. Segundo a única das 77 delações da Odebrecht que vazou até agora, Eunício teria recebido R$ 2,1 milhões em recursos para facilitar a aprovação de uma medida provisória de interesse da empreiteira. Na planilha do ‘departamento de propina’ da Odebrecht, Eunício era identificado como ÍNDIO, segundo Melo Filho. Já Delcídio disse que Eunício teria cobrado propina de laboratórios e seguradoras em troca da nomeação de diretores da ANS (Agência Nacional de Saúde) e da Anvisa. Em sua delação, Nelso Melo disse ter repassado R$ 5 milhões ao peemedebista por meio de contratos fictícios. Eunício rechaça todas as acusações e lembra que apesar de ser citado por delatores, aos quais desqualifica, não é investigado no âmbito da Lava Jato.