Bolsonaro e Tarcísio de Freitas se desentendem em reunião do PL para discutir posição do partido sobre reforma tributária

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tiveram um desentendimento público durante a reunião do PL para discutir a posição do partido sobre a reforma tributária.

Bolsonaro tem se manifestado contra a proposta, enquanto Tarcísio defendeu o texto após negociar mudanças com o ministro Fernando Haddad (Fazenda). O posicionamento do partido do ex-presidente pode ser decisivo para a aprovação da proposta defendida pelo governo Lula (PT), já que o PL é a maior bancada da Câmara (com 99 dos 513 deputados).

Para Tarcísio, a direita não pode perder a narrativa de ser favorável à reforma tributária. ‘Por que, se não, a reforma acaba sendo aprovada e quem aprovou?”, afirmou. O governador é interrompido por uma mulher da plateia que considera a proposta ”ruim para o povo”.

O ex-mandatário também interrompeu o discurso de Tarcísio, quando seu ex-ministro defendia a participação da direita na reforma tributária.

”Gente. A grande questão é construir um bom texto”, disse Tarcísio. Bolsonaro pegou o microfone sem aviso prévio e disse que “se o PL estiver unido, não aprova nada” —recebendo aplausos de seus correligionários.

Tarcísio ainda afirmou que não estava defendendo a votação da proposta no mesmo dia, recebendo aplausos mas também contestações. ”Eu tô tentando explicar… eu tô tentando explicar”, disse o governador.

Outra mulher da plateia lembra do vídeo divulgado na véspera pelo Republicanos em que Tarcísio e seu partido defendem a proposta. ”Acho arriscado a direita abrir mão da reforma tributária, por que… Tudo bem, gente, se vocês não acham a reforma tributária importante não vota, pô”, afirmou.

As declarações foram registradas por um participante do encontro em vídeo, que se encerra após um pedido no microfone para que o encontro não fosse gravado. *por Lucas Marchesini/Folhapress