Uso de anticoncepcionais hormonais pode promover alterações no cérebro e aumentar medo, revela pesquisa

O uso de anticoncepcionais hormonais pode promover alterações no cérebro com chances de resultar sensações mais comuns de medo e insegurança entre suas usuárias. A informação foi revelada por uma pesquisa de endocrinologistas da Universidade de Montreal, no Canadá.

O estudo publicado na revista Frontiers in Endocrinology, no último dia 7 de novembro, apontou que mulheres que usaram métodos contraceptivos desse tipo tiveram menor quantidade de massa cinzenta na parte responsável por passar a sensação de tranquilidade.

”O resultado pode indicar um mecanismo pelo qual os anticoncepcionais podem prejudicar a regulação emocional nas mulheres”, explicaram os autores do levantamento, comandado pela endocrinologista Alexandra Brouillard.

Segundo o Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, a pesquisa analisou imagens cerebrais de três grupos de mulheres. Foram avaliadas 62 mulheres que usavam pílulas contraceptivas, onde 37 já tinham usado e 40 nunca haviam feito uso. Também participaram 41 homens, como grupo controle.

O aspecto e a espessura da massa cerebral dos voluntários foram indicados nos exames de imagem dos voluntários. As mulheres que estavam fazendo uso do anticoncepcional foram as únicas que apresentaram um córtex pré-frontal ventromedial com menos massa do que o dos homens, que biologicamente, já possuem um menor volume nessa região.

Essa área cerebral controla emoções que envolvem reação rápida, principalmente o medo. A zona cerebral ainda é responsável por processar informações para que as pessoas analisem se estão em um ambiente tranquilo e seguro. O processo resulta na emissão de bloqueadores para os marcadores neurais de insegurança e alerta.

No entanto, o efeito pode ser reversível, já que as voluntárias que não usavam o medicamento apresentavam uma espessura normal nesta região. Os pesquisadores estudaram ainda outras áreas do cérebro e descobriram que o córtex cingulado (a região que “cria” o medo) é diferente para cada pessoa, mas  que sua medida não está relacionada ao uso de anticoncepcionais.

Em conclusão, os endocrinologistas apontaram que as mulheres que usam anticoncepcionais não produzem mais marcadores neurais de medo do que as outras, porém é produzido menos reguladores ligados à sensação de tranquilidade e ao controle do medo. Uma limitação do levantamento é não considerar questões sociais que possam justificar que algumas mulheres tenham mais medo do que as demais. Com informações do site Bahia Notícias