Uruguai: Suspeito de matar e estuprar criança de 3 anos tinha histórico de agressões

Ana Júlia vivia com a mãe

Irmã de Erivan, a manicure Patrícia Oliveira Ferreira, 18 anos, contou que ele sempre agredia Júlia e em outra ocasião tentou defender a criança. “Não aguentava ver as cenas dele espancando a menina. Um dia fui impedir, e ele me jogou contra a parede”, contou Patrícia. Segundo ela, Erivan e a namorada, Lidiane de Jesus Mendonça, 19 anos, mãe de Júlia foram expulsos pelos vizinhos da localidade de Beco do Sabão, no bairro da Calçada, há cerca de quatro meses, por causa do histórico de agressões contra a criança. “Os vizinhos chegaram a invadir a casa de aluguel deles para tentar surrá-lo. Foi quando eles decidiram abandonar o casa e viveram na rua”, disse Patrícia. Desde então, o casal e a menina passaram a morar na rua, nas imediações da Calçada e viviam de doações. Erivan e Lidiane estavam há poucos dias na casa da mãe dele, Lucieide da Silva Oliveira, 48, onde foram se abrigar por causa da chuva. Nesta quarta (22), antes do crime, Erivan, que é usuário de drogas saiu de manhã e voltou no final da tarde, com um comportamento agressivo. “Provavelmente tinha se drogado. Ele e a mãe da menina usam de tudo”, contou Patrícia. Ele chegou e foi para o quarto de cima, onde costumava ficar. Já Julia estava com a mãe no andar de baixo, mas foi orientada por Lidiane para subir, já que ela teria que sair. Erivan e a criança ficaram no cômodo por cerca de uma hora, e depois ele desceu. “Ele chegou suado, desesperado e falou: ‘me ajuda, me ajuda. Matei Júlia”, contou Patrícia. “Aí subi, encontrei ela no chão, com a boca roxa, a barriga inchada, as costas também roxa, e o olho também roxo”, completou. Patrícia ainda tentou acordar a criança, sem sucesso. “Fiz massagem cardíaca, passei acetona no nariz, pus água na testa e nada de acordar. Quando peguei e vi que ela estava sem pulso, percebi que ela estava morta”, lembrou. Lidiane chegou em casa quando a filha já estava morta e entrou em desespero. “Minha filha, não, minha filha, não”, gritou, segundo Patrícia. Erivan chegou a dizer que queria morrer, após saber que Júlia estava morta. “Ele foi na cozinha e pegou uma faca e disse: ‘Lôra (como chama Lidiane), me mate, me mate, quero ir junto com ela”, comentou Patrícia. Uma outra irmã de Erivan, uma adolescente de 17, tomou a faca. Depois ele fugiu levando Lidiane. “Não o vejo como irmão. Já não o via quando me agrediu. Agora, depois que ele estuprou e matou a menina, ele é um monstro”, desabafou. Erivan e Lidiane foram presos em Feira de Santana. “Ele é um ser humano que não merece ficar na terra”, desabafou novamente Patrícia. Erivan será apresentado à imprensa na tarde desta quinta-feira (23), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). *Correio