UESB ajuda a desvendar fauna e flora de 10 mil anos

Num passado remoto, há mais de 10 mil anos, mastodontes, toxodontes – mamíferos parecidos com hipopótamos –, preguiças gigantes, dentre outros animais de mesma estatura, habitavam soberanos na região onde hoje está situado o município de Anagé, no sudoeste baiano. Comiam gramíneas e pastagens naturais, enquanto transitavam livremente em meio à mata aberta. Sobreveio, então, um tempo de chuvas abundantes, que impôs uma mudança gradual e brusca na flora nativa. A vegetação tornou-se densa e fechada, o que teria causado a extinção desses animais. O clima chuvoso é algo quase impensável nos dias de hoje, quando a Bahia experimenta a pior seca dos últimos 60 anos. Curiosamente, foi a seca que permitiu remontar, hipoteticamente, a estrutura da fauna e da flora da região de Anagé, desde a última glaciação, no período conhecido como Pleistoceno. Quando as chuvas eram abundantes, a água se acumulava em reservatórios conhecidos como tanques, cavidades naturais do lajedo cristalino, muito comuns no Sertão. No final do ano passado, um produtor rural, ao fazer a limpeza e retirada de sedimentos de um tanque d’água de sua propriedade, que pela primeira vez havia secado por conta da longa estiagem, encontrou uma determinada quantidade de fósseis. Surpreso, o proprietário entrou em contato com o Museu Geológico da Bahia, que requisitou à Uesb fosse realizada uma expedição ao local, com o objetivo de proceder à identificação do material recém-descoberto. Duas equipes, uma do campus de Jequié e outra do campus de Vitória da Conquista, foram ao local, que recebeu a alcunha de “tanque arqueológico de Anagé”. Leia na íntegra.

Foto: Ascom / UESB