Secretário da Segurança critica Atakarejo após morte de jovens: ”Tinham o dever de comunicar à polícia”

Secretário Ricardo Mandarino critica Atakarejo. Foto: Vitor Barreto

O secretário estadual de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, fez críticas à conduta da rede de supermercados Atakarejo, nesta segunda-feira (10), em entrevista coletiva sobre o duplo homicídio de Bruno Barros da Silva, 29 anos, e Yan Barros da Silva, 19 anos, ocorrido na unidade do Nordeste de Amaralina. Eles foram pegos furtando carnes em uma unidade do estabelecimento e entregues a suspeitos de tráfico pela gerência de segurança.

Segundo o titular da pasta, não houve qualquer comunicação feita pelos gerentes da unidade à polícia. “Os únicos chamados foram feitos pelas próprias vítimas. O Atakarejo tinha o dever de comunicar a situação à polícia”, disse o secretário, acrescentando que a empresa tem ”responsabilidade civil” e precisa saber coibir abusos.

”Muito embora tenha sido praticado o furto dentro do estabelecimento comercial, em nenhum momento a polícia foi acionada formalmente”, disse a delegada Andréa Ribeiro, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. De acordo com ela, após a denúncia de um caso semelhante que teria ocorrido em outubro do ano passado, os investigadores começaram a perceber que era “padrão” que os seguranças chamassem suspeitos de tráfico para punir acusados de furto no supermercado. “Ficou claro pra gente que houve esse contato entre o grupo de seguranças e os traficantes”, disse.

A investigadora também revelou que, além de Yan e Bruno, outras duas pessoas estavam presentes no momento do suposto furto. Uma delas chegou a entrar no mercado com as vítimas, mas conseguiu fugir. Um quarto envolvido ficou no estacionamento. Além disso, segundo a delegada, Bruno já tinha passagem pela polícia por furto.

Ainda de acordo com Andréa, não é possível confirmar que Yan e Bruno sofreram abuso sexual, como chegou a ser publicado em alguns sites: ”Não temos essa informação nos autos, na investigação. Não chegou formalmente pra gente. Lógico que se tiver alguém que possa nos relatar isso e documentar, será incluído nos autos”. Com informações do Metro1