Se houver grampo é uma desonestidade, diz Jair Bolsonaro após áudio vazar sobre PSL

Me gravaram? pergunta Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) tratou como ”desonestidade” um possível grampo de suas conversas com deputados do PSL. ”Eu falei com meus parlamentares. Me gravaram? Deram uma de jornalista? Eu converso com deputados, eu não trato publicamente deste assunto”, disse ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira (17). A declaração foi feita depois de Bolsonaro ser questionado sobre a divulgação de áudios divulgados por pessoas ligadas ao PSL e atribuídos por eles a Bolsonaro que indicam o que seria a ação do presidente para convencer os deputados para a troca do líder do partido.

”Eu não trato publicamente sobre este assunto. Eu converso individualmente. Se alguém entrou, grampeou telefone, primeiro é uma desonestidade”, afirmou. Bolsonaro não respondeu se pedirá que seja investigado de que forma o áudio seu foi vazado. Ele encerrou uma rápida entrevista na porta do Alvorada ao ser questionado sobre sua interferência na liderança do PSL.

Em meio a um racha no PSL, escancarado depois de o presidente admitir que pode deixar a legenda, deputados do partido deflagaram uma guerra de listas na noite de quarta-feira (16) para troca do líder na Câmara. A disputa põe em choque aliados do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar (PE).

Bolsonaro e Bivar estão há mais de uma semana em atrito, depois de o presidente afirmar que o colega de partido está ”queimado pra caramba”. Bivar também foi alvo de operação da Polícia Federal que investiga suposto esquema de candidaturas laranjas. O atual líder da bancada é Delegado Waldir (GO), mas bolsonaristas querem substituí-lo por Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente, como a Folha antecipou. Segundo deputados, Bolsonaro atuou pessoalmente para influir no processo.