A repórter Laura Zago, da CBF TV, se tornou mais uma das vítimas do assédio na Copa do Mundo da Rússia. Um torcedor tentou beija-lá, enquanto ela gravava uma matéria momentos antes do jogo entre Brasil e Sérvia, na última quarta (27). O vídeo com o assédio do rapaz foi republicado pelo perfil oficial da CBF, junto com um texto da jornalista, onde ela afirma que esta foi a terceira vez que um episódio como este aconteceu com ela só em 2018, na cobertura do Mundial. Laura pede respeito por sua profissão e por seu gênero, além de alertar que o assédio não é brincadeira.
Eu não fui a primeira e, infelizmente, não serei a última a passar por esse tipo de constrangimento. Não é que aqui na Copa do Mundo isso esteja acontecendo, acontece sempre. Aconteceu comigo 3 vezes nesta Copa, mas já aconteceu com colegas de profissão no Brasil. Um foi brasileiro, esse do vídeo sérvio e o outro russo. Só sei que consegui desviar em todas as situações. O que algumas pessoas precisam entender que isso não é engraçadinho, não é piada e não é uma brincadeira no momento de êxtase do jogo. É um desrespeito, eu estudei, me preparei, cheguei aqui na Rússia e não é pra ficar sendo desrepeitada durante o meu trabalho. Isso não tem graça. E achar isso normal é corroborar com uma ideia machista que mulheres estarão sempre à mercê desse tipo de atitude. Gritar o nome do time, fazer festa durante o nosso trabalho faz parte do evento, é normal, natural e aceitável, o futebol tem esse momento de alegria e êxtase. E que bom! Mas há uma distância bem grande entre você fazer uma festa e ser assediada. Não é isso que vai me parar de correr atrás dos meus sonhos, mas precisamos falar sobre assédio.
No último domingo a repórter Júlia Guimarães, do grupo Globo, também denunciou o assédio sofrido nos arredores dos estádios. Um torcedor tentou beija-lá e a cena circulou todo o Brasil com uma bronca dada pela jornalista ao vivo.