Prisão enterra planos políticos de Geddel Vieira Lima na Bahia para as eleições de 2018

ACM vai a Brasília após prisão de Geddel. Foto: Bocão News
A prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) na segunda-feira (3) enterrou os planos do peemedebista de ser eleito para um cargo majoritário na Bahia em 2018. Até o final do ano passado, quando esteve à frente as Secretaria de Governo do presidente Michel Temer (PMDB), Geddel preparava-se para disputar o Senado na chapa que deverá ser encabeçada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Se a saída do ministério de Temer já o tinha enfraquecido politicamente, a prisão o deixa completamente fora do jogo para as próximas eleições, avaliam aliados. Deputado federal entre 1991 e 2010, Geddel disputou o governo da Bahia em 2010 e o Senado em 2014, sendo derrotado nas duas oportunidades. Foi ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva entre 2007 e 2010 e do governo Temer em 2016, até deixar o cargo sob acusação de pressionar ex-ministro da Cultura Marcelo Calero a liberar um empreendimento em área tombada de Salvador, conforme revelado pela Folha. Nas últimas semanas, aliados já descartavam o retorno de Geddel a disputas políticas na Bahia no curto prazo. O ocaso do peemedebista deve ganhar ainda um novo ingrediente a partir do ano que vem. Com a provável candidatura de ACM Neto (DEM) ao governo do Estado, o vice-prefeito Bruno Reis (PMDB) deve assumir a Prefeitura de Salvador e ser alçado ao posto de principal nome do partido na Bahia, que deve sofrer baixa diante do número de prisões de peemedebistas e da rejeição popular do presidente Michel Temer, figura de maior expressão do PMDB no país. De acordo com o site Bocão News,  apesar de ter sido eleito vice-prefeito com a chancela dos Vieira Lima, Bruno Reis é amigo e aliado político histórico de ACM Neto, de quem foi assessor e secretário municipal. Após a prisão preventiva de Geddel no âmbito da operação Cui Bono?, que investiga sua gestão na vice-presidência de pessoa jurídica na Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013, aliados na Bahia evitaram fazer uma defesa pública do peemedebista. ACM Neto (DEM) preferiu emitir nota e disse que ”é preciso aguardar os desdobramentos dos fatos para fazer juízo de valor acerca da prisão do ex-ministro”. ACM rumou para Brasília após a prisão do aliado.