Preso em Ribeira do Pombal líder de facção criminosa que movimentava R$ 1 milhão na Bahia por mês

João Cleison Mota Cavalho é preso em operação. Foto: Polícia Civil

João Cleison Mota Cavalho tinha 27 anos quando foi preso pela primeira vez, em Ribeira do Pombal, no Nordeste do estado. Em abril de 2013, e ele foi acusado de envolvimento em roubo a banco e explosão de caixa eletrônicos. No ano passado fugiu da cadeia, mas foi preso novamente no sábado (3). Hoje, a polícia suspeita que Didi, como ele é conhecido, movimenta mais de R$ 1 milhão por mês em roubos e tráfico de drogas. Ele foi apresentado na sede da Polícia Civil, na Piedade, em Salvador, na manhã desta segunda (5). Segundo o diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin), Flávio Góis, João Cleison nasceu em Ribeira do Pombal e começou a vida criminosa participando de assaltos no próprio município. Em 2012,  foi preso por roubo a banco e explosão de caixas eletrônicos. ”Nessa época, ele estava começando a se envolver com o tráfico de drogas, mas o grupo dele não era ligado a nenhuma facção criminosa, era independente. Naquele período, duas facções criminosas grandes disputavam os pontos de tráfico no município. Ele matou o líder de um desses grupos, Claudiano dos Santos da Paixão, com a intenção de entrar na disputa”, contou o diretor. O assassinato aconteceu em 2012 e, em abril de 2013, a polícia conseguiu prender João Cleison. Ele foi condenado e encaminhado para cumprir pena no Conjunto Penal de Feira de Santana, no Centro-Norte da Bahia. Na cadeia, tornou-se líder da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM), o que lhe rendeu o Valete de Paus, no Baralho do Crime – ferramenta criada pela Secretaria da Segurança Pública que reúne os presos mais perigosos do estado. A prisão deveria servir para ressocializar o preso, mas, na prática, os dois primeiros anos em que esteve atrás das grades serviram para João Cleison conhecer e se aproximar de integrantes do BDM, e ampliar os negócios. Em 2015, já era considerado um preso perigoso e foi transferido de Feira de Santana para a Unidade Especial Disciplina (UED), estrutura de segurança máxima do Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. João Cleison passou dois anos nessa nova morada, na galeria C, até que em abril de 2017, ele e outros 24 internos fugiram da UED durante o banho de sol. A polícia ainda está investigando quais foram os passos dele depois da fuga, mas os investigadores já sabem que o fugitivo passou por cidades do interior da Bahia, Rio de Janeiro, Sergipe e Alagoas. Os números sobre João Cleison impressionam. Segundo a polícia, desde que fugiu, o garoto do interior teria mandado matar 15 rivais para poder assumir o comando do tráfico de drogas em, pelo menos, oito cidades, e tinha oito mandados de prisão em aberto – por crimes como homicídio, tráfico de drogas e roubo. Segundo a polícia, o traficante atuava em Ribeira do Pombal, Olindina, Nova Soure, Paulo Afonso, Euclides da Cunha, Cícero Dantas, Tucano e Feira de Santana. As informações são do Correio