O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indicou hoje (24) que o mais provável é que a Câmara rejeite o financiamento público de campanhas e que o Senado rejeite a proposta de financiamento empresarial. Ele afirmou que a proposta de criar um fundo público para financiar campanhas eleitorais não teria passado se tivesse sido colocada em votação na última sessão do plenário. “Se fosse votar ontem, certamente o fundo teria caído por completo”, declarou Maia. Na tentativa de votação da primeira proposta da reforma política de ontem (23), os deputados fatiaram a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC ) 77/03, que trata de mudanças no sistema eleitoral, e aprovaram a retirada do percentual de 0,5% do fundo, deixando o restante da proposta para ser apreciada na próxima semana. Maia sinalizou que, mesmo com o adiamento da votação, o financiamento público terá dificuldades para passar no plenário. Em paralelo, o Senado discute outra proposta que visa resgatar o financiamento de campanha por pessoa jurídica. Mas o presidente da Câmara afirmou que não acredita que a proposta avance, pois tanto o PSDB, quanto o PMDB, partidos que detêm as maiores bancadas no Senado, adiantaram que são contra a medida. Diante do impasse, Maia afirmou que acredita que a próxima eleição será financiada exclusivamente pelos recursos do Fundo Partidário, que dispõe de cerca de R$ 800 milhões, apesar de não considerar que o valor seja suficiente para financiar campanhas no nível em que são feitas atualmente.