Prefeitos do Vale do Jiquiriçá lamentam ausência de juízes e promotores em evento sobre segurança

Prefeita de Amargosa critica ausência. Foto: Blog Marcos Frahm
Karina de Amargosa fala de violência. Foto: Blog Marcos Frahm

Prefeitos do Vale do Jiquiriçá se reúnem mensalmente, em diferentes cidades do Território de Identidade com o objetivo de discutir as demandas dos 20 municípios que integram o Consórcio do Vale do Jiquiriçá – CJV, atualmente presidido pelo prefeito de Lafaiete Coutinho, Zenildo Brandão o Zé Cocá (PP). O último encontro entre os gestores públicos ocorreu na sexta-feira (9/10), em Jaguaquara, e o principal assunto que permeou as discussões foi à segurança pública na região. Os mandatários se dizem empenhados com a questão e, segundo o presidente do CVJ, Zé Cocá, o objetivo do evento em Jaguaquara foi discutir os compromissos para a implantação do Conselho de Segurança nos respectivos municípios que integram o consórcio intermunicipal. O encontro, inclusive, contou com as presenças de Francisco Alves Borges, presidente da Federação Estadual de Conselhos Municipais de Segurança Pública – FECONSEG e o Tenente Coronel Antonio Deiró, que explanaram sobre segurança e apresentaram aos gestores públicos o Plano de Segurança Pública Municipal. Os prefeitos disseram-se preocupados com a onda de ataques a bancos, que já abrangeu quase todas as cidades da região, a última e mais recente Irajuba, na madrugada do mesmo dia em que ocorreu a reunião dos gestores, quando bandidos armados tomaram de assalto a cidade e explodiram agências do Bradesco e dos Correios.  A prefeita de Amargosa, Karina Silva (PSB), lamentou que autoridades judiciais não tenham comparecido as reuniões nas cidade do Vale para participar do debate que diz respeito á segurança pública. ”Lá em Amargosa, nós tivemos um incidente do policial que atirou e matou uma criança, no ano passado, e que causou toda aquela repercussão. Logo após o incidente, nós criamos um fórum de segurança pública, que é constituído pela sociedade civil e por representantes do poder público e isso tem nos dado um alento e tem melhorado a situação da segurança, pois temos em Amargosa uma Guarda Municipal bem equipada, mas precisamos nos empenhar mais pela segurança, pois a gente sabe que o efetivo da polícia é pequeno. Infelizmente, a droga tem tomado conta do interior da Bahia e a violência cresce com isso. Recentemente, nós fizemos relatórios e encaminhamos para a polícia, para o Judiciário e para o Ministério Público, porque tem uma localidade rural lá em Amargosa que nós precisamos fechar a escola à noite, pois a professora foi ameaçada e os alunos não estão indo. Tivemos recentemente também um problema muito sério com a violência em Ubaíra, que é um município vizinho, mas a gente sempre fica sem a participação do judiciário nesses eventos, do próprio Ministério Público, que não participa, não chega junto. É muito difícil agregar essas figuras, que são importantes nesse processo. Mas é muito importante que o consórcio continuem discutindo o assunto”, disse Karina, que se solidarizou com o prefeito de Mutuípe, Luiz Carlos (PT), o primeiro a alfinetar as autoridades judiciais no encontro, que ainda teve a participação de vereadores e líderes religiosos.