PP enfrenta resistência do PT e pode ficar fora da chapa

O presidente Negromonte confia na vaga, mas recua taticamente

Falar em recuo tático a pouco menos de um ano das eleições não parece algo plausível, mas foi o que Partido Progressista fez nesta semana. Embora o presidente estadual da legenda, deputado federal Mário Negromonte tenha convicção quando afirma que a vaga na chapa majoritária governista de 2014 está garantida, os processos não estão tão claros. De acordo com o site Bocão News, Negromonte justificou nesta quinta-feira (31) a mudança do cronograma. Segundo o pepista, as principais lideranças do partido serão ouvidas no processo para saber qual a melhor decisão. A possibilidade, defende o parlamentar, de marchar com os petistas é grande, mas alternativas não estão descartadas. Nos bastidores corre que o ex-ministro das Cidades “perdeu a mão” quando, ao sair de uma reunião com o governador Jaques Wagner, cravou o PP na composição. Como é de conhecimento público, o gestor petista não costuma ser pautado pela imprensa, ao contrário, tem o hábito de contrariar as publicações especulativas.

O agravante deste caminho é que o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), tem se declarado pré-candidato ao governo, mas ninguém duvida que aceitaria conversar com os articuladores para garantir, mesmo sem tinta, a cadeira de vice. A tese de que a escalação já foi feita não ajuda Wagner a manter o agrupamento unido. Quando Negromonte crava o PP na majoritária leva em consideração dois critérios: o partido é a terceira maior força partidária do estado – tem 56 prefeitos, 55 vice, 500 vereadores, 5 deputados estaduais e 4 federais -; e o vice-governador Otto Alencar foi eleito pelo PP e saiu, em uma ação combinada, para fundar o PSD baiano, portanto, a vaga seria do PP. O PDT coloca que o senador João Durval é quadro da legenda e, por isso, também tem o direito a uma das três vagas. A possibilidade de apoio a uma candidatura da senadora Lídice da Mata (PSB) ou adotar qualquer outro caminho é remota no núcleo progressista. Contudo, Negromonte joga o jogo para valorizar o passe. Consegue incrementar a costura, mas enfrenta resistência, segundo fontes, dentro do diretório petista.

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