PF apura gastos com Covid e cumpre mandado contra secretário de Saúde de Ilhéus, que nega irregularidade

Secretário negou acusações após depor. Foto: Pimenta Blog

Pelo menos nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, na manhã desta terça-feira (22), nas cidades de Ilhéus e Itororó. Segundo informações preliminares, a investigação é referente ao contrato número 110/2020, com a HSC para fornecimento de pessoal para atuar na Central COVID, instalada no Centro de Convenções de Ilhéus.

No cumprimento dos mandados, agentes da Polícia Federal visitaram a casa do secretário de Saúde, Geraldo Magela, e a sede da Secretaria Municipal de Saúde de Ilhéus.

As secretarias de Saúde e de Comunicação da Prefeitura nem o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), até agora não se pronunciaram sobre as investigações e o cumprimento dos mandados pelos agentes. A Prefeitura de Itororó até agora nada disse.

A Delegacia da Polícia Federal, em Ilhéus, também não fez qualquer comunicado sobre as ações nas duas cidades. É provável que informações sejam repassadas em coletiva de imprensa ou mesmo no site oficial da instituição. Com informações do Pimenta Blog

Secretário se defende e diz que não nada ilegal

Depois de depor na Delegacia da Polícia Federal (DPF), em Ilhéus, nesta terça-feira, o secretário municipal de Saúde, Geraldo Magela, disse que os funcionários e ele são os maiores interessados em que as acusações de fraude apuradas pela Operação Anoxia sejam esclarecidas.

”Não há irregularidades, salários foram pagos e o serviço está sendo executado na Central Covid”, disse Magela. ”Pelas nossas contas não houve superfaturamento. Se ficar comprovado, a empresa vai ter que devolver,” garantiu em entrevistas às emissoras de TV.

Magela disse ainda que não está enxergando nenhuma falha de execução do contrato com a empresa acusada. Para ele, as denúncias surgiram no período que antecedeu a campanha eleitoral.

O secretário afirmou ainda que a empresa HSC executou o serviço e que pode haver diferença contábil de R$ 110 mil. ”A gente quer ver o que é isto. Para nós não passa de erro contábil”, acrescentou, informando que há despesas ainda não lançadas nos sistemas.

”A diferença pode ser em decorrência de salários pagos a médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de enfermagem. O que colocaram é que não tinha execução do contrato pela empresa. Mas todos viram que havia a Central Covid, o hotel, etc,” pontuou.

O titular da Saúde disse que está para tudo responder. Ele lembou que na época da denúncia houve processo licitatório, dispensa, etc. porque Ilhéus, juntamente com Salvador, lideravam os casos de novo coronavírus no estado.

”A gente precisava de fazer a central. Agora pedimos a documentação da CGU para ver os termos da denúncia para encaminhar a defesa. Vamos detalhar as despesas até para garantir a chegada dos recursos contra a doença”, concluiu.