Itaquara é mais um dos municípios do Vale do Jiquiriçá que sofrem com problemas no abastecimento de água. A Barragem do Baixão, localizada na zona rural de Jaguaquara, é o mesmo manancial utilizado pela Embasa para o abastecimento de Jaguaquara, Itaquara e Irajuba. Em Jaguaquara, A Empresa Baiana de Águas e Saneamento vêm enfrentando protestos por parte de consumidores, que dizem sofrer com a falta d’água em vários bairros. A justificativa dada pela Embasa para o problema em Jaguaquara é a mesma explicação para os moradores de Itaquara, de que a empresa tem apresentado frequentes interrupções no abastecimento de água decorrentes da falta de energia elétrica na área rural, onde estão instalados os quadros de comando e que apresentaram nesta semana problemas de ordem técnica, ficando a Embasa dependente da Coelba para resolver a situação. A justificativa da Embasa parece não convencer mais a prefeita de Itaquara, Iracema Araújo (PMDB), que durante encontro de prefeitos do Vale do Jiquiriçá, sediado em Mutuípe, nesta sexta-feira (18/12) disse que o desabastecimento já chegou ao extremo. ”A cidade sem água, as pessoas cobrando uma providência da Embasa e também cobrando de nós, gestores. Isso tem afetado a todos e é preciso que a Embasa trate essa questão com mais atenção, porque a situação está ficando complicada. Nós já estamos sofrendo com a crise econômica do país, que afeta as prefeituras e agora é a falta de água”,, lamentou a gestora, que é médica e afirmou que falta d’água gera problemas sérios a saúde dos munícipes. Iracema pediu que os itaquarenses racionalizassem o uso da água e também orassem para que chovesse nos próximos dias, tendo enfatizado, além das questões relacionados aos serviços prestados pela Embasa, a escassez de chuva que assola a região.

Há quase um ano à frente do Consórcio Intermunicipal do Vale do Jiquiriçá – CVJ, o prefeito de Lafaiete Coutinho, Zé Cocá (PP), faz balanço positivo de sua gestão. Cocá assumiu a entidade regional no dia 1º de janeiro e ressalta que os projetos propostos para este ano, mesmo com as dificuldades enfrentadas pelos municípios, diante do cenário de crise econômica no país, ”estão andando e se movimentam de forma muito ativa”. O novo fôlego ao Consórcio é observado nos meios políticos e o CVJ já começa a ser comparado ao Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território Portal do Sertão, da região de Feira de Santana, tido como o mais organizado e representativo do interior do Estado. Zé Cocá disse que os casos de corrupção no país, resultando em prisões de políticos e a crise econômica que inviabiliza o andamento de obras públicas nos municípios revelam descrença do povo com a classe política, mas ressalta que a entidade presidida por ele, apesar das dificuldades, é bem vista nos meios políticos pela união dos gestores. ”Foi um ano difícil para nós, com queda de receitas, com dificuldades em várias áreas, mas posso afirmar que o nosso consórcio avançou. Firmamos o convênio para regularização fundiária, algo que já vai ser realidade e, também, tivemos o convênio com o governo do estado para recuperação das BAs. Infelizmente, ainda não tivemos os trabalhos iniciados, mas já informamos ao governador neste semana que a partir do próximo ano a recuperação das nossas estradas tem que ser prioridade, porque a situação está cada vez mais complicada e só com o apoio financeiro do governo nós poderemos fazer o trabalho através do consórcio. Eu acho que nós não podemos perder a esperança de que as coisas melhorem. Nós vamos ter condições de firmar novos convênios, e quanto à questão das estradas, com a fé em Deus, resolveremos essa situação junto ao governador, que já está ciente de que isso tem que ser logo resolvido”. O presidente da entidade regional observa que duas questões terão de ser melhor trabalhadas em 2016. O problema das rodovias estaduais, que ele disse ter informado ao governador Rui Costa que a Secretaria de Infraestutura precisa agilizar o quando mais rápido o levantamento de custo para recuperação das rodovias e a manutenção das máquinas do extinto Derba utilizadas pelo consórcio. Segundo Cocá, mesmo sem os trabalhos de reestruturação das BAs terem sido iniciados, prefeituras do Vale já são beneficiadas com máquinas que são cedidas aos municípios para trabalhos em áreas rurais.

Mutuípe sediou nesta sexta-feira (18/12), na Casa da Cultura do município o último encontro de prefeitos, promovido pelo Consórcio do Vale do Jiquiriçá – CVJ, entidade presidida pelo prefeito de Lafaiete Coutinho, Zenildo Brandão – Zé Cocá (PP). Luis Carlos – Carlinhos – PT, gestor de Mutuípe, foi o anfitrião do encontro que discutiu atividades a serem realizadas em 2016, debateu as dificuldades enfrentadas pelas cidades do Território de Identidade durante este ano e fez balanço das parcerias firmadas pelo consórcio intermunicipal, destacando o recente convênio entre a entidade e o Governo para iniciar o processo regularização fundiária de propriedades rurais e instalação do Serviço de Inspeção Municipal e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SIM/SUASA), que beneficiará produtores rurais da região.

Zé Cocá destacou a importância do convênio para regularização fundiária. ”Essa é a mais nova parceria que nós firmamos com o governo, para benefícios e fortalecimento da agricultura familiar. Nós vamos buscar junto a governo regularizar a situação das propriedades dos nossos agricultores familiares”, destacou o presidente. O secretário do CVJ, Diego Novaes, apresentou aos gestores e secretários municipais as receitas e despesas previstas para 2016.

A população de Santa Inês, no Vale do Jiquiriçá, já passou a usufruir de uma nova praça pública. A Praça Eduardo Heguer , também classificada como Praça do Dinossauro, referência feita a um monumento de um dinossauro, construído no espaço público, ainda não foi inaugurada, apesar de a obra concluída já está sendo utilizada pelos moradores. Segundo o prefeito Zé Afrânio (PCdoB), em contatado no local com o Blog Marcos Frahm, durante passagem da reportagem pela cidade na noite desta sexta-feira (18/12), a obra é fruto de parceria entre o Governo Federal e o município, cujo projeto foi iniciado na gestão anterior, mas não concluído pela administração passada, conforme o gestor. ”Nós pegamos a praça sem ter sido concluída, inacabada, e tivemos que nos empenhar para liberação do restante dos recursos, que estavam travados e agora nós concluímos. Instalamos recentemente a iluminação e vamos marcar a data de inaugurar com a visita do governador Rui Costa. Além dessa praça, nós estamos começando a construção de outra, com área de lazer, quiosques, para oferecer conforto ao povo da nossa cidade”, sentenciou Afrânio.

De acordo com Zé Afrânio, mesmo tendo enfrentado dificuldades financeiras a Prefeitura vem mantendo o equilíbrio das contas públicas e ele cita como exemplo a aprovação de suas contas pelo Tribunal de Contas dos Municípios. ”Um município que não tem uma receita como outras cidades da região, que não tem uma renda suficiente para que a gente possa transformar Santa Inês num canteiro de obras, mas mesmo assim nós nos organizamos e estamos conseguindo realizar projetos. Teremos a outra praça, teremos a reforma do estádio, que vamos licitar em janeiro e vamos tocar obras de pavimentação em várias ruas. Hoje, sexta-feira, pagamos o décimo terceiro dos servidores, enfim, estamos nos esforçando diante da crise para fazer uma gestão com austeridade, mas acima de tudo com honradez. Não é fácil administrar uma cidade numa fase dessas, quando o governo federal trancou as torneiras para as prefeituras. Tivemos nossas contas aprovadas por responsabilidade nossa”, comemora. O gestor disse ainda que aguarda confirmação da Governadoria para visita de Rui Costa ao município e que na ocasião também será inaugurado sistema de abastecimento de água na localidade de Lagoa Queimada.