Em meio ao rompimento do Partido Progressista (PP) com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), nesta terça-feira (12/4), o deputado federal Cacá Leão (PP), afirmou que ainda não tem “uma decisão formada” sobre o impeachment, mas deixou claro que gostaria que o partido permanecesse ao lado de Dilma. ”Mais de 35 [deputados federais] foram a favor da saída, apenas 12 ou 13 votaram pela permanência. O presidente [do partido] Ciro Nogueira ficou impossibilitado de tomar qualquer posição”, disse em entrevista à Zé Eduardo, na Rádio Metrópole, na manhã desta quarta-feira (13). Cacá classificou o momento como ”instável” e disse que é necessário ter cautela nas decisões. ”Nós da Bahia temos uma parceria com o governador Rui Costa. Decidimos que vamos conversar, vamos levar essa conversa para o vice-governador João Leão, Ciro Nogueira, pra tomarmos uma decisão em conjunto”, afirmou. O deputado atribuiu ainda a dificuldade na decisão de apoiar ou não o impeachment à sua relação com seu pai, João Leão. ”A decisão mais difícil talvez seja a minha. Sou filho do vice-governador, tenho um carinho muito grande por Jaques Wagner, mas é um momento para refletir, pensar. Preciso ouvir meus companheiros, gostaria muito que o partido permanecesse na base do governo. Quero até sexta-feira tomar essa decisão”, ressaltou. Questionado sobre a atual situação política, Cacá admitiu que uma melhor comunicação do governo com a sociedade é necessária. ”O governo precisa se comunicar um pouco melhor com a população pra se entender o processo que está acontecendo dentro da Câmara dos Deputados. Esse impeachment é muito mais político que jurídico”, afirmou. O deputado ainda defendeu a presidente e assegurou que não houve ”leilão de cargos”. ”Saiu o maior partido da base, o PMDB. Então ficou um buraco enorme no governo. É normal recompactuar dentro dos seus aliados. É normal em qualquer governo de coalizão. Foi colocado como se a presidente tivesse fazendo um leilão de cargos quando na verdade ela estava recompactuando o seu governo”, finalizou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou nesta terça-feira (12/4) a data de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário. Segundo o parlamentar, a expectativa é de que o resultado seja reconhecido entre 21h e 22h. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Cunha manifestou a aliados que irá começar a chamada nominal dos votantes pela região Sul, deixando os deputados do Nordeste e do Norte, que na teoria seriam mais simpáticos a Dilma, para o final da sessão. O objetivo manifestado por ele a interlocutores é criar uma onda pró-impeachment durante a votação. Durante a reunião oficial com os líderes partidários, ficou definida a data de início da sessão de votação do parecer favorável ao impeachment. A sessão começa às 8h55 desta sexta-feira (15), quando vão falar representantes dos 25 partidos políticos com representação no Legislativo. Cada partido terá o tempo de 1 hora para dividir entre os deputados que vão se pronunciar pelas legendas. Não há hora para o término desses discursos, que podem passar da meia noite. Já no sábado (16), a sessão será retomada às 9h para a fala, por 3 minutos cada uma, de todos os deputados que se inscreverem até o dia anterior. Também não há hora para o término destes discursos. No domingo (17) a votação começará às 14h. Haverá tempo para os líderes partidários orientarem suas bancadas, em período proporcional ao tamanho de suas bancadas. Segundo Cunha, serão instalados telões em frente ao Congresso, que abrigará protestos contra e a favor do impeachment da presidente.