O Ministério Público Federal (MPF), no Ceará, pediu à Justiça a abertura de inquérito para apurar denúncias de corrupção relacionadas à construção do Adutor Castanhão, sistema de transposição de água para Fortaleza. O pedido, feito anteontem, foi baseado em relatos de ex-executivos da Odebrecht, no âmbito da Lava Jato. Segundo os delatores, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-ministro de Michel Temer, recebeu propina no esquema. Eles afirmaram ter sido formado um cartel pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, em 2005, para fraudar a licitação e o contrato das obras com a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará. Os ex-executivos Ariel Parente Costa e João Pacífico afirmam ainda que a Odebrecht pagou propina a Geddel, então ministro da Integração Nacional do governo Lula (2007-2010). O ex-governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PR), e o ex-secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Edinardo Ximenes Rodrigues, também teriam recebido recursos ilícitos. As suspeitas contra Geddel serão apuradas pela Procuradoria da República, no Distrito Federal. No caso de Alcântara, os supostos crimes estariam prescritos. Edinardo Rodrigues já faleceu, o que justifica também a extinção de punibilidade. O procurador Rômulo Conrado pede ainda para que sejam apuradas as condutas do ex-secretário de Recursos Hídricos, César Pinheiro, e do engenheiro Leão Humberto Montezuma Santiago Filho, ex-superintendente de Obras Hidráulicas do Ceará, que teria recebido R$ 500 mil de propina. Em novembro de 2016, Geddel se demitiu da secretaria de Governo. Aliado de Temer, ele deixou o cargo após ser acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de pressioná-lo para liberar uma obra em Salvador. A defesa de Geddel só vai se manifestar quando o processo chegar à Procuradoria. Lúcio Alcântara negou qualquer favorecimento na obra. As defesas de César Pinheiro e Leão Montezuma esperam ter acesso ao processo para se manifestarem. Informações do Bahia Notícias

A ação contra a prática do nepotismo em Itiruçu, protocolada no Ministério Público Estadual – MPE pelo vereador Roberto Silva (PSL), atingiu em cheio o governo da prefeita Lorena Di Gregório (PRB), que acatou recomendação do MP e teve que exonerar servidores com laços de parentesco atuando na administração pública municipal. Mas o alvo não foi só a prefeita, que mandou embora cunhado e outros parentes.  O vice-prefeito do município, Gilmar Machado (PSD), que havia indicado a sua esposa para exercer cargo na Prefeitura, também esteve na mira.  A sua esposa, Paula Kissia Bitencourt Santana, foi exonerada do cargo de secretária de Assistência Social. As informações obtidas pelo Blog Marcos Frahm são de que a mulher do vice permanece atuando, mas de forma voluntária. Em resposta a denúncia do vereador, Roberto Silva, a prefeita Lorena disse, em discurso na Câmara Municipal, que o edil á se beneficiou da mesma prática, na gestão anterior, quando exercia o cargo de chefe do Departamento de Parques e Jardins, mesmo na condição de parente de representantes da administração à época.

A prefeita de Itiruçu comentou a decisão do Ministério Público Estadual – MPE, que recomendou a anulação de contratos de servidores com laços de parentesco com a gestora, após denúncia do vereador Roberto Silva (PSL). Um áudio com trechos de um discurso da prefeita Lorena Di Gregório (PRB), durante lançamento da festa de São Pedro na Câmara Municipal circula em grupos do aplicativo WhatsApp, em Itiruçu, com a fala da mandatária, que brada contra seus opositores, inclusive com duras críticas ao denunciante do nepotismo. Lorena disse que, o vereador Roberto Silva, que na gestão anterior exercia o cargo de chefe do Departamento de Parques e Jardins, teve que deixar a administração por ser parente de representantes do Governo á época, e que voltou ao cargo posteriormente através de REDA realizado pela própria gestão pública. Para relembrar o caso, a gestora fez referência a um trecho de uma canção da cantora Solange Almeida – O mundo gira, palmas pra volta que o mundo dá. –  ”O que é mais engraçado, é uma música até da cantora Solange Almeida. Palmas pra volta que o mundo dá. Porque o acusador do nepotismo, na gestão anterior, também sofreu o próprio nepotismo.  O vereador que me desculpe à ausência, mas queria falar isso em sua frente, o senhor denunciou o nepotismo e na gestão anterior e era familiar de alguém da gestão. Foi realizado um REDA e, diante de tantas pessoas, olha quem passou nesse REDA, quem? Então por favor, vereador, me respeite e pare com tanta hipocrisia. Família é a nossa base, é o nosso alicerce. O senhor não me prejudica, talvez tenha prejudicado o município, que vai deixar de ter pessoas tão competentes”, diz a prefeita no áudio que viraliza na rede social. Lorena ainda soltou no seu discurso petardos direcionados aos seus antecessores na Prefeitura, os ex-prefeitos Wagner Novaes (PSDB) e Ailton Cezarino (PSL), apesar de não ter feito citação nominal, mas com insinuações explícitas de que o alvo era o grupo dos ex, Wagner e Ailton, que são aliados políticos. A prefeita disse que não lhe incomodou a repercussão da informação da ação contra o nepotismo em Itiruçu, que foi informada que uma nota sobre a recomendação do MP, publicada pelo Blog Marcos Frahm, teria sido repercutida após ser reproduzida em Salvador, pelo site Bocão News. ”Eu iria ter vergonha se saísse no blog eu cometi um homicídio duplamente qualificado”, esbravejou, se referindo a um crítico da sua gestão, que segundo ela é administrador de grupo de WhatsApp, mas que não foi citado, e continuou. ”Ficaria com vergonha se saísse no blog que eu sou ficha suja, que eu desviei dinheiro do Bolsa Família, do Parque de Exposições. Um ex-gestor que vem dizendo que está juntando as provas de improbidade administrativa. Vá primeiro limpar a sua ficha e defender os seus processos, antes de procurar processos pra mim. O senhor tem problemas em relação a convênios, está aí em outro cargo político, em um setor onde o senhor diz que está olhando as contas. Olhe primeiro as suas”, desabafou Di Gregório, alfinetando os opositores. Com a decisão do MP, sete pessoas deixarão a Prefeitura de Itiruçu, exceto duas servidoras que exercem funções de confiança na atual administração pública municipal: Rita Moura [secretária de Administração] e Loredana Di Gregório [secretária de Finanças], ambas as secretárias tias de Lorena Di Gregório. Paula Kissia Bitencourt Santana – secretária de Assistência Social; Antonio Leal Rodrigues da Silva Junior – coordenador de Tesouraria; Pedro Pimentel Ribeiro Neto – chefe do Departamento da Vigilância Epidemiológica; Genaro Di Gregório Junior – Superintendente de Obras e Manutenção; Roberta Purificação Di Girolamo – encarregada do setor de Tributação e Yakinn Oliveira Santos – assessora de gabinete da prefeita, que conforme recomendação do MP estariam ferindo a Súmula Vinculante n° 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o nepotismo, tiveram que deixar os respectivos cargos no Governo.