Padre reage contra proposta de vereadora sugerindo ao Papa nome de Bispo para a Diocese de Jequié

Laninha apresentou proposta na Câmara. Foto: Emanuel Jr.

O Padre Roberto Oliveira Silva, pároco da Paróquia da Catedral de Santo Antonio atualmente exercendo o cargo de Administrador Diocesano, até que a Santa Sé nomeie um novo Bispo para assumir a Diocese de Jequié, criticou na Missa de domingo (20/10), a sugestão feita vereadora Laninha, através de Requerimento aprovado na Câmara Municipal para que seja enviado ofício ao Papa Francisco, pleiteando em nome da comunidade católica, a nomeação do Bispo Dom Antônio Tourinho Neto, atualmente à frente da Diocese de Cruz das Almas, também na Bahia, para ocupar a vaga existente desde a designação do Bispo José Ruy, para a Diocese de Caruaru-PE.

Segundo o site Jequié Repórter, na crítica, o padre Roberto lembrou que a designação de um Bispo pelo Sumo Pontífice, não passa pelo crivo político partidário e tampouco por motivos distintos ou de simpatia de uma comunidade religiosa. Na justificativa de sua proposta,  a vereadora Laninha disse que o seu pedido ”está respaldado no carinho e atenção que o povo devota a Dom Antônio Tourinho por ser filho dessa terra e muito querido por todos, independentemente de confissão religiosa. Para os Católicos de toda a Diocese de Jequié seria uma benção e certeza de que o indicado representa a verdadeira ponte que une as pessoas entre si com o divino pastor. Com respeito e atenção peço a benção de Vossa Santidade para todos nós jequieenses”.

Nomeação de Bispos na Igreja Católica, é um processo complexo. O bispo que pede a resignação, os bispos das dioceses vizinhas, sacerdotes, fiéis, o Núncio Apóstolico,  vários membros da Cúria Romana e o Papa, cada um contribui de forma indireta ou direta na escolha. Os processos não são todos iguais e dependem por exemplo, se o bispo é de uma Igreja de Rito Latino ou de uma Igreja Oriental, da localização geográfica da diocese, do cargo que vai desempenhar e se já recebeu previamente a ordem do episcopado.

Antes, os bispos eram escolhidos pelo clero e autoridades civis, com o consentimento dos bispos vizinhos. Por altura do Primeiro Concílio de Nicéia, em 325, o bispo metropolita tinha já mais poder na escolha. O Concílio decretou que o consentimento do bispo metropolita seria um requisito necessário.