Ganham destaque às críticas feitas pela mídia a personagens como Renan Calheiros, candidato à presidência do Senado, que na semana passada foi denunciado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por ser um político marcado por fatos inaceitáveis, assim como o candidato a presidir a Câmara, Henrique Alves. Mas, mesmo acusados de corrupção, estão em outro patamar no reconhecimento à ação da imprensa e a sua liberdade democrática, e não se utilizam de processos judiciais embora temendo as críticas que lhe são feitas. Esse é um dos equívocos sobre a missão da imprensa nesta República tropical. Quem exerce o serviço público, ou o exerceu, sabem que recebem do erário, dos impostos pagos pelos contribuintes. Enfim, são funcionários públicos. Diferente da iniciativa privada que passa a ser alvo quando se envolve com quadrilheiros no assalto aos cofres públicos, como se observa nas diversas operações realizadas pela Polícia Federal. Não sabem os que não aceitam críticas, embora em cargo público ou já fora dele, que a responsabilidade que têm se vincula à sociedade, e não à Justiça. Essa é acionada pelo Ministério Público que, quando entende haver crime, remete a denúncia ao Judiciário. O resto é coisa de quem imagina que ainda é, quando na verdade já foi. O que fez quando no serviço, manipulando o dinheiro do povo, não se apaga.