Norte e Nordeste têm alta de mortes por hepatite crônica viral, diz estudo divulgado nesta segunda pela Universidade Tiradentes

Entre os anos de 2001 e 2020, as regiões Norte e Nordeste do Brasil tiveram um aumento de 6% e 5%, respectivamente, no índice de mortalidade por hepatite crônica viral. Os dados são de um estudo divulgado nesta segunda-feira (3) pela Universidade Tiradentes (Unit), de Aracaju, que lançou mão de dados públicos dos últimos 20 anos sobre a doença.

A hepatite é uma inflamação no fígado que pode ser aguda ou crônica; além de curável ou fulminante. Em nosso país, nas últimas duas décadas, foram registradas 49.831 mortes em decorrência desta condição de saúde.

À CNN, a cirurgiã do aparelho digestivo Sonia Oliveira Lima, que orientou a pesquisa, afirmou haver algumas causas para o aumento de óbitos no Norte e Nordeste. ”Uma das explicações é que melhorou a notificação, que passou a ser obrigatória”, disse.

Além disso, a transmissão é outra questão importante. “A hepatite A, por exemplo, tem transmissão fecal-oral, e depende de saneamento básico, higiene pessoal, uso de descartáveis.”

No caso das hepatites B, C e D, a transmissão é por sangue ou esperma. ‘A cobertura vacinal nessas regiões é insuficiente, e o diagnóstico é simples, mas o exame precisa ser solicitado”, completou.

Somente a região Sudeste teve tendência de redução das mortes por hepatite no período pesquisado. ”O restante apresentou um número estacionário, sem aumento ou redução, o que é muito grave”, afirmou a médica.

De acordo com a profissional, é preciso uma melhor comunicação para que a informação sobre a doença chegue até as pessoas, assim como incentivo à vacinação.