O Ministério Público da Bahia (MP-BA) enviou um ofício ao diretor da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), Vicente Neto, pedindo esclarecimentos sobre a nomeação de Emilson Piau em um cargo do órgão. No documento, encaminhado pela 1ª Promotora de Justiça no dia 30 de março, a promotora Nívia Carvalho Andrade deu prazo de 15 dias para Vicente Neto se manifestar sobre o caso e pede que a ficha funcional, com dados pessoais, de Piau seja enviada.
No último dia 20 de março, o Bahia Notícias publicou que Piau havia sido alocado em uma diretoria esportiva da Sudesb. O caso ganhou repercussão em meio a divulgação de que ele foi condenado por injúria racial em 2021. Piau foi condenado devido a um caso ocorrido em 2015, quando ele teria dito para servidores do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) que a Coordenação de Interação Social não deveria ser ocupado por pessoas negras, mas sim por brancos.
Militante do PCdoB desde o movimento estudantil, nos anos 1970, Piau é administrador de formação e atua como professor assistente na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia desde 1996. Pouco tempo depois, assumiu secretarias municipais nas gestões petistas em Vitória da Conquista, entre 1998 e 2006.
Após a divulgação da condeção, o presidente do PCdoB na Bahia, Davidson Magalhães, chegou a se manifestar. O mandatário da legenda ressaltou que o militante do partido “não tem histórico de posição racista”. ”Como presidente do partido, conheço ele de militância de mais de 30 anos, marcado pelo comprometimento pela luta contra a discriminação. É um militante antigo e destacado. Quanto à gestão, não tínhamos informação sobre esse episódio. Não vou entrar no mérito do episódio, tem muitas versões, mas tem uma decisão judicial. Ele pagou por esse episódio. Podemos cometer um erro, pagar pelo erro. Errou e é excluído de qualquer processo de luta?”, questionou Davidson.