Após o naufrágio que deixou 18 pessoas mortas em Mar Grande, a Polícia Civil intimou para prestar depoimento, na próxima semana, os responsáveis pela empresa CL Transporte Marítimo, proprietária da lancha Cavalo Marinho I, entre eles o dono da companhia, Lívio Galvão Filho. Nesta sexta (25), 20 pessoas que estavam na lancha, entre passageiros e tripulantes, foram ouvidas na sede da Polícia Civil, na Piedade, e na 24ª Delegacia Territorial (Vera Cruz). O Ministério Público (MP) vai começar a ouvir familiares das vítimas nessa segunda-feira. O órgão incluiu também a Capitania dos Portos no rol dos possíveis responsáveis. Anteontem, o MP já havia apontado a CL Transporte Marítimo e a Agerba (agência do governo do estado que regula os serviços de transporte na Bahia) como possíveis alvos de responsabilização criminal. Segundo a promotora de Justiça Joseane Suzart, a responsabilidade maior é da CL, mas os órgãos que cuidam da fiscalização também podem ter alguma parcela de culpa. “A Capitania dos Portos tem a responsabilidade de verificar a estrutura física e as providências das embarcações. A Agerba tem responsabilidade pela prestação de serviço. Ainda que a embarcação esteja em boas condições, tem que ser verificada a quantidade de passageiros, horário de embarque”, disse a promotora. Ainda segundo ela, familiares das vítimas e sobreviventes do naufrágio poderão receber indenizações, que são previstas em uma ação civil pública movida por ela em 2014, em função das irregularidades identificadas no sistema. A ação prevê indenizações aos usuários do sistema em razão dos “danos materiais e morais sofridos diante das práticas abusivas identificadas e denunciadas”. Segundo o delegado Ricardo Amorim, titular da 24ª delegacia, ainda é cedo para determinar o que causou o acidente. “Por enquanto, os depoimentos estão bastante semelhantes, apresentando poucas divergências entre as versões”, disse. O conteúdo não foi divulgado.