O QG da campanha do presidente Jair Bolsonaro à reeleição estabeleceu como meta reduzir sua rejeição a menos de 40% até julho.
Com isso, pretende diminuir a distância entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até outubro e, se possível, ultrapassar o petista até as eleições. Segundo o último Datafolha, em março, 55% dos brasileiros não votarão no presidente de jeito nenhum, e 37% não votarão em Lula.
Sabendo da dificuldade da tarefa, o plano é usar todas as armas disponíveis. As inserções partidárias nacionais de rádio e televisão se dedicarão inteiramente a mostrar o presidente e as ações de seu governo.
Parte das inserções estaduais cumprirá o mesmo fim e mesmo aquelas reservadas a estimular a participação feminina na política aproveitarão para reduzir sua rejeição em um eleitorado que é um calo da campanha: as mulheres.
A agenda do chefe do Executivo será fechada cuidadosamente e priorizará eventos capazes de reunir número grande de pessoas. Na última sexta-feira (15), ele participou de uma motociata em São Paulo.
Outra frente dessa estratégia é resgatar vídeos e falas de novos aliados de Lula e tentar criar uma imagem de incoerência e hipocrisia da ampla frente democrática que o petista pretende construir. Pesquisas qualitativas às quais bolsonaristas tiveram acesso mostram que o eleitor tende a repensar o voto no PT quando confrontando com informações relacionadas aos escândalos de corrupção ligados ao partido.
Na quinta-feira (14), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), publicou em sua rede social um vídeo com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB-SP) diz que Lula quebrou o país e o associa ao caos e à corrupção. Neste caso, a escolha de Alckmin ainda tem o objetivo de reter o eleitorado conservador com Bolsonaro e evitar que acompanhem o ex-governador de São Paulo na chapa com o PT.
*por Fábio Zanini/Folhapress