Maracás: Primos, prefeito e ex racham para disputar Prefeitura e causam imbróglio com o PT

Nelson e Paulo brigam pelo poder. Foto: Blog Marcos Frahm
Nelson e Paulo disputam o poder. Foto: Blog Marcos Frahm

A sucessão municipal em Maracás aponta disputa com quatro candidaturas à Prefeitura. O atual prefeito Paulo dos Anjos, que desfiliou-se do PT e ingressou no PSL, não abre mão de disputar à reeleição, mesmo não tendo o apoio que teve nas eleições de 2012 do então prefeito e antecessor, o seu primo Nelson Portela do PT, que se lançou candidato para tentar voltar ao comando do Executivo. O empresário Uilson Novaes o Soya do PDT, adversário direto de Paulo no pleito anterior, vai novamente para o páreo com candidatura apoiada pelo grupo de oposição a Paulo e Portela. Quem também entra na disputa é o professor Flávio Guimarães do PCdoB. Nesse processo, um imbróglio envolve Nelson Portela e o vereador Edmundo da Silva Novais Junior, conhecido como Dico de Edmundo, filiado ao PT, e que se apresentava na Cidade das Flores como pré-candidato pela legenda petista, mas uma decisão da executiva estadual do Partido dos Trabalhadores dissolveu o diretório local e optou pelo nome de Portela, que teve candidatura homologada em convenção partidária realizada na última sexta-feira (5/8), em Maracás. Indignado, o vereador Dico reagiu a decisão do PT afirmando na imprensa que a determinação para lançar Nelson candidato partiu do governador Rui Costa, com quem o ex-prefeito mantém relação de amizade e chegou a atuar nas eleições de 2014 como coordenador da campanha de Rui e foi agraciado com cargo de Coordenador dos Consórcios de Saúde através da Sesab. ”Teve uma convenção no dia 26 de julho e 19 delegados estiveram. Destes, 16 foram a favor e três em branco. Aí o PT lançou uma resolução e dissolveu o diretório dizendo que foi determinação do governador e lançando o ex-prefeito Nelson Portela como candidato”, acusou Dico, em entrevista nesta terça-feira (9/8) ao site Bocão News, da capital baiana. Segundo o site, o presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, negou interferência de Rui. ”Não teve interferência. Essa é uma questão interna”, afirmou.  Ainda segundo Dico, a direção estadual da legenda ”desrespeitou o estatuto do partido”. ”A questão foi tão grave que a coligação deles agora é chapa puro sangue e não tem nenhum candidato a vereador”. Já o presidente do PT de Maracás, Edvaldo Gomes, que apostava na candidatura de Dico, foi mais duro durante entrevista a outro site de Salvador, o Bahia Notícias, tendo afirmado que ”o diretório estadual de Salvador tomou uma decisão que renovou a antidemocracia no Brasil: deu um golpe no diretório municipal, sem me ouvir e sem cumprir o estatuto do partido”. Ele também acredita que a intervenção foi do governador. ”O ex-prefeito Nelson dos Anjos Portela entendeu que tem que ser o candidato, inclusive por intervenção do governador”, acusou. Ainda de acordo com o presidente municipal da legenda, Portela ”não tem condições” de ser candidato. ”Primeiro porque ele está devendo ao partido R$ 69 mil. Segundo, porque ele não sentou em nenhum momento para discutir comigo o interesse dele ser candidato. Ele está sendo processado por um desvio de verba do município, no governo dele, de R$270 mil. Os bens dele estão penhorados”, enumera. Edvaldo ainda argumenta que o registro da nova comissão foi feito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira (4) e não tem validade, uma vez que foi feito fora do prazo de cinco dias antes da realização da convenção que foi realizada na sexta-feira (5). Hélio Santana, da executiva do PT/Bahia, rebateu Edvaldo e explicou que Gomes descumpriu instruções do diretório estadual sobre os acordos políticos no município, e que esse tipo de intervenção ”está em resolução tanto nacional, como loca”. “A política que ele adotou foi de encontro com a determinação do diretório estadual, com o lançamento da candidatura sem viabilidade eleitoral de um vereador local”, sentenciou. Em maio a polêmica, Nelson mantém a candidatura, mas opositores não acreditam que o racha com o primo Paulo prevaleça, e para não favorecer as oposições, o prefeito e o ex selarão a paz e estarão juntos e miniaturados no mesmo palanque. Só nos resta aguardar o próximo capítulo. *Por Marcos Frahm