Maracás: Prefeito explica imbróglio sobre filiação ao PSL e nega atrito com presidente do PT

Paulo nega atrito com Edvaldo. Foto: Blog Marcos Frahm
Paulo nega ”atrito” com Edvaldo. Foto: Blog Marcos Frahm

O prefeito de Maracás reagiu às informações que ganharam ampla repercussão na imprensa baiana sobre sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores e filiação ao Partido Social Liberal, do padrinho político, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, que visitou a Cidade das Flores na última quinta-feira (24/3) para filiar Paulo dos Anjos em seu novo partido. Fontes revelaram ao Blog Marcos Frahm que, a saída de Paulo do Partido dos Trabalhadores, nada tem a ver com o desgaste nacional que a sigla enfrenta. A motivação seria desavença com o diretório local do PT, que estaria se posicionado em Maracás favorável a uma candidatura própria do partido à sucessão de 2016, mas sem Paulo encabeçando a chapa, e sim Nelson Portela, ex-prefeito que deixou o cargo em dezembro de 2012 depois de ter emplacado Paulo como seu sucessor. No entanto, Paulo rechaça desavença com o presidente do diretório municipal PT, Edvaldo Pereira. Em contato com o Blog Marcos Frahm, o gestor negou qualquer atrito com o petista e disse inclusive que, sua saída do partido, foi com anuência do governador Rui Costa. ”Eu não tive problema nenhum com Edvaldo. O que ele me disse, categoricamente, foi que o PT não vai lançar candidato a prefeito, que iria lançar só candidatos a vereador e que não tinham interesse em lançar candidato a prefeito e que então por isso eu tinha que resolver. E é lógico que, se eu sou pré-candidato, eu não posso ficar em um partido onde o diretório municipal não vai lançar candidato a prefeito. Não tive desavença nenhuma, somos amigos, não tenho inimizade com nenhum dos membros do diretório. Eles só disseram que eu não cumpri como deveria com os anseios do diretório do partido aqui em Maracás e que por isso eles não tinha pretensão de lançar candidato”, justifica Dos Anjos. Segundo ele, antes de aportar no PSL, teria conversado sobre o assunto com o governador Rui Costa, que de acordo com Paulo, não titubeou e apoiou a decisão de desfiliação. ”Antes eu conversei com o governador Rui Costa, que concordou e não foi Marcelo Nilo que me levou para o PSL. Ele [Rui] perguntou: ”você quer ir para qual partido”? Eu disse que iria com Marcelo e ele respondeu: ”pode ir”. O que fica parecendo é que o governador vai lançar outro candidato e que está contra mim e não é”, explica. O prefeito ainda negou ruptura política com o primo Nelson Portela, que se distanciou de Paulo após o chefe do Executivo apoiar Marcelo Nilo para deputado estadual em 2014, enquanto o ex-prefeito, na ocasião, votou com Rogério Andrade (PSD). Procurado pelo BMF, por sua vez, o presidente do PT de Maracás, Edvaldo, também negou atrito com Paulo dos Anjos, mas não esquivou-se em afirmar que Paulo descumpriu com as regras estatutárias do partido, que o PT local não teria interesse na figura do atual gestor municipal para disputar à sucessão de 2016 e revelou que o prefeito estaria inadimplente com a sigla. ”Realmente não houve desavença. Só que, o diretório, foi quem comunicou a ele que não tem mais interesse numa candidatura dele. Em 2012, travamos uma batalha para filiar Paulo no partido, fizemos Paulo prefeito e esperamos que, Paulo, pelo menos, reconhecesse o diretório municipal do partido, os elementos do partido que lutaram para garantir a candidatura dele e ele não reconheceu nada disso. E isso me deixou mesmo chateado. Nós chamamos ele agora e comunicamos a ele que não teríamos mais interesse de tê-lo como candidato, e ele procurou o rumo dele. Paulo não cumpriu com o estatuto, não paga ao partido a muito tempo. A dívida de Paulo com o partido é de cerca de R$ 80 mil reais e ele não foi de dar atenção ao diretório”, esclarece o líder petista. Quando a uma possível candidatura do ex-prefeito Nelson, amigo  – pessoal do governador, atuando na Secretaria Estadual da Saúde – Sesab, na condição de coordenador dos Consórcios de Saúde, projeto do Governo do Estado, Edvaldo diz que não há definição de nomes, mas que não ver com maus olhos uma futura candidatura de Portela pelo PT. ”Nelson é um filiado de mais de oito anos. Não chegamos a discutir essa questão de candidatura, de nomes, mas se por um acaso ele decidir e vier conversar com a gente, não vejo problema, porém, Nelson também ficou inadimplente com o PT”, concluiu.