Maracás: Pais resistem à remanejamento de alunos com fechamento de escolas municipais

Área do Colégio Normal de Maracás. Foto: Blog Marcos Frahm
Área do Colégio Normal de Maracás. Foto: Blog Marcos Frahm

A notícia de que a Secretaria Municipal de Educação de Maracás, no Vale do Jiquiriçá, fechará escolas da rede municipal de ensino por determinação do prefeito Paulo dos Anjos (PT) após o município apresentar perda média mensal de receitas de cerca de R$ 230 mil com o decréscimo populacional de quase 5% revelado no último Censo realizado pelo IBGE, parece não ter agrado aos pais de alunos, sobretudo os que são oriundos da zona rural, área onde cerca de seis unidades escolares já foram fechadas. Por causa da determinação do chefe do Executivo, alunos de localidades rurais iniciaram o ano letivo na terça-feira (1º/3) em outras escolas, segundo a secretária de Educação de Maracás, Ana Maria da Fonseca, em contato com o Blog Marcos Frahm. A secretária disse que as mudanças estão sendo apresentadas e discutidas com pais e responsáveis pelos estudantes afetados e que foram oferecidas garantias como transporte, para o acesso a outras instituições públicas de ensino, mas que há resistência por parte dos pais. ”Houve resistência dos pais, e o número de escolas ainda não chegou a dez, e sim a cinco ou seis escolas fechadas até o momento, na zona rural. Na localidade de Cachoeirinha, por exemplo, os pais não aceitam que a escola seja fechada lá e nós estamos encontrando essa dificuldade, mesmo explicando as mudanças”, revela a secretária. Na zona urbana, uma escola municipal está em reforma, mas as aulas são oferecidas em outro local, com estrutura física necessária, segundo a Prefeitura. Ao todo, são 43 escolas municipais. No Colégio Normal de Maracás [foto], maior unidade da rede municipal, onde estudam cerca de 1.300 alunos do ensino médio, não houve alteração e o funcionamento está normal, conforme a secretária Ana Maria. Já o prefeito Paulo dos Anjos, que determinou o fechamento das escolas, disse não ver outra saída enquanto o processo judicial que envolve a Prefeitura e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não tiver decisão final na Justiça Federal, onde o gestor questiona o número divulgado pelo IBGE, apontando que a população do município encolheu entre 2013 e 2015. No censo anterior, a população de Maracás era de 24.491 habitantes, mas teria sido reduzida para 23.751 em dois anos, o que para o prefeito não condiz com a realidade. Paulo prevê economia de cerca de R$ 100 mil com as alterações na Educação e revelou que, dos 150 professores selecionados através do Regime Especial de Direito Administrativo-REDA, apenas 100 foram convocados. O gestor alega que a perda média mensal de receitas de cerca de R$ 230 mil inviabiliza o curso normal da administração.