Jaguaquara: Estudantes do Monteiro Lobato desvendam mistérios depois de grande onda de boatos

Grandes bonecos expostos geraram boatos na cidade
Bonecos expostos em frente a Igreja geraram boatos na cidade

O surgimento de grandes bonecos na Rua 15 de Novembro, na bairro Muritiba, em frente a Igreja Católica de Jaguaquara, no fim do mês passado, mexeu com a imaginação das pessoas menos avisadas e gerou muitos comentários entre elas. O inusitado episódio atraiu olhares de curiosos de gente que chegou atravessar a cidade para testemunhar de perto e até mesmo registrar em fotos. Dois bonecos foram colocados na praça da Igreja Católica, um ligado ao outro por uma corda de ”dinheiro” de brinquedo. Por isso, populares diziam acreditar tratar-se de um ato de protesto contra políticos locais. Não faltou quem dissesse que era ”trabalho” contra alguém. O mistério, no entanto, chegou ao fim a partir das informações de que tudo não passava de um trabalho promovido pelo Colégio Monteiro Lobato. Lara disse, em rede social, que a intervenção artística teve como tema o liberalismo. ”O nosso objetivo foi modificar o meio ao qual vivemos, propondo um novo olhar e uma reflexão em cima de temas gerados pelo trabalho inusitado e criativo, mostrando que até o mais esquecido e indiferente objeto, se olhado com cuidado pode exalar arte”.

Para ela, a arte não deve estar necessariamente, pendurada em paredes de galerias ou museus. Sobre o trabalho apresentado nas proximidades da igreja, esclareceu que as aves são símbolos de liberdade, enquanto os bonecos as figuras do burguês/capitalista que visa sempre usufruir os pobres/trabalhadores com único objetivo: lucrar. ”Os dois personagens estariam devidamente caracterizados segundo suas classes sociais; o burguês livre, sentado no símbolo de liberdade (pomba), usa seu poder aquisitivo para retirar lucros do trabalhador”. Em seguida concluiu: ”Para retratar esse fato um náilon sai do bolso do menos favorecido para a mão do mais favorecido, onde várias cédulas presas enfatizam os interesses burgueses. As placas com frases populares interpretam esse contexto, que explicam os conceitos das classes – Burguesia: tudo nosso, nada deles” e Camada popular: ”nada nosso tudo deles”.

Bruna Vieira publicou que um dos trabalhos (exposto na Palmeira) foi feito pela equipe dela. ”Trabalhos ótimos. Só faltou a visão crítica da sociedade jaguaquarense que muitas vezes fala o que não sabe. Em nenhum momento houve a intenção de julgar e sim expor nossos olhares para tais assuntos que foram estudados na matéria de história”, completou. *Por Souza Andrade