Integrantes do MST resistem a reintegração de posse determinada pela Justiça no Sul da Bahia

Grupo não cumpriu ordens da polícia para deixar o local. Foto: MST

A Justiça determinou, nesta terça-feira (4), a reintegração de posse de uma fazenda ocupada por integrantes do Movimento Sem Terra (MST) em Itabela, no sul da Bahia. Apesar da ordem para deixarem o local, as 530 famílias mantiveram a ocupação. O grupo chegou na área, que abrange as fazendas São Jorge e Triunfo, no dia 3 de fevereiro. Na ocasião, as famílias alegaram que a área de 800 hectares estava abandonada e passaram a plantar hortaliças, verduras e raízes no local.

A dona da propriedade, que não teve o nome divulgado, nega que a terra estava sem uso. Segundo ela, a área é voltada para a pastagem e estava arrendada para a criação de gado. Após os integrantes do movimento se negarem a sair do local, cerca de 80 fazendeiros fizeram um protesto e bloquearam a BR-101 com galhos de árvores e carros. A ocupação durou poucos minutos e, depois, a via foi desbloqueada.

Em seguida, a manifestação seguiu em uma área próxima da ocupação. Não houve confronto entre os dois grupos.  A Polícia Militar não informou quando uma nova tentativa de reintegração de posse será feita no local. Nos primeiros meses de 2023, diversas fazendas foram invadidas pelo MST no interior da Bahia. Em fevereiro, o grupo invadiu áreas de uma empresa de celulose e papel em Caravelas, Teixeira de Freitas e Mucuri, cidades do extremo sul da Bahia.

As áreas faziam parte da empresa Suzano Papel e Celulose. Na ocasião, a companhia informou que não via legalidade na ocupação e, cerca de uma semana depois, os locais foram desocupados de forma pacífica, após determinação da Justiça.

Já em Jacobina, no sudoeste do estado, a desocupação só ocorreu após um confronto entre proprietários de terras e integrantes do MST, durante o mês de março. Na ocasião, a Polícia Militar (PM) foi acionada e disparou tiros de bala de borracha para conter a confusão. A ocupação começou no dia 27 de fevereiro, com a justificativa de que os 1.700 hectares da propriedade estariam improdutivos. Com informações do G1