Homem que ateou fogo em casa e matou família, vai responde por 5 homicídios, em Feira de Santana

Gilson de Jesus é apresentado. Foto: Paulo M. Azevedo
Acusado Gilson de Jesus é apresentado. Foto: Paulo M. Azevedo

O comerciante Gilson de Jesus Moura, 49 anos, acusado de atear fogo na casa onde morava com a família, causando a morte de três filhos, da enteada que estava grávida, e do filho dela de 1 ano, em Feira de Santana, vai responder por cinco homicídios qualificados, duas tentativas de homicídios e um crime de aborto. Durante a apresentação dele nesta sexta-feira (6), na sede da Polícia Civil, em Salvador, os investigadores revelaram que Gilson já tinha esfaqueado a mulher.  A mulher dele, mãe das crianças, e outra filha de 4 anos que conseguiram sair do imóvel, no bairro Mangabeira, em Feira, com ajuda de vizinhos, continuam internadas no Hospital Geral do Estado (HGE) com queimaduras graves. Gilson estava foragido e foi preso na manhã desta sexta, no Largo do Marajó, em Feira, quando se preparava para fugir. Após vender seu carro que foi localizado, no bairro Santo Antônio dos Prazeres. A investigação conduzida pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH) de Feira apurou que ele retornou à cidade para poder receber o pagamento da venda do carro. O delegado João Rodrigo Uzzum, coordenador da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira), informou que Gilson premeditou o crime depois de uma discussão com a mulher, Ana Cristina de Jesus, 37, durante uma festa no fim do ano. Dezenas de familiares e vizinhos do conjunto habitacional, onde o casal morava e mantinha um bar, foram ouvidos ao longo da investigação e informaram que a relação dos dois era marcada por brigas violentas.

Histórico de Violência

De acordo com a polícia, há dez anos, Gilson e Cristina chegaram a se separar depois que ele a esfaqueou nas costas, durante uma discussão por ciúmes. Depois da briga do Réveillon, o comerciante comprou cinco litros de gasolina e escondeu no imóvel. Na madrugada de quarta-feira, 4, ele jogou gasolina nos filhos e na mulher e trancou a casa, fugindo para a cidade de Capim Grosso. Em seguida, ele disse ter ido para Jacobina e Irecê, retornado a Feira, nesta madrugada para pegar o dinheiro da venda do carro.

Identificação dos corpos

Os corpos dos três filhos de Gilson, da enteada e dos filhos dela, mortos no incêndio, ainda aguardam identificação do Departamento de Polícia Técnica (DPT/Feira). Segundo o perito Celso Danilo, os familiares entregaram fotos e documentos que podem auxiliar na identificação das vítimas. “Caso não seja possível identificá-los por meio da arcada dentária, faremos exames de DNA”, explicou Celso, acrescentando que os exames nos corpos revelaram que as mortes foram causadas por ação do fogo e não apresentavam nenhum outro tipo de lesão. A delegada Larissa Lage, da DH/Feira, informou que a polícia solicitou o mandado de prisão de Gilson à Justiça, o qual foi prontamente expedido, assim como o acompanhamento da conta bancária e das ligações telefônicas do acusado, para auxiliar na sua localização. O comerciante deverá ser recambiado para sistema prisional ainda nesta sexta. Informações do A Tarde