Grupo protesta em agência bancária contra agressão sofrida por empresário negro em Salvador

Crispim voltou ao local com a esposa. Foto: Reprodução/A Tarde

Um ato simbólico na tarde desta terça-feira (26), fez com que Crispim Terral, de 34 anos, conseguisse, finalmente, entrar na área interna da agência da Caixa Econômica Federal (CEF), que fica no Relógio de São Pedro, na avenida Sete de Setembro, centro de Salvador. O empresário diz ter sido vítima de racismo por parte do gerente-geral do banco, João Paulo, e agredido por policiais militares do 18º Batalhão (Centro Histórico), que tentaram algemá-lo à força nas dependências da unidade e na presença da filha de 15 anos, no último dia(19). Com lágrimas nos olhos, Terral, que chegou ao local acompanhado de três advogados e da esposa Geni Pimentel Lima, destacou a importância da manifestação e disse o quanto foi doloroso receber as agressões verbais. ”Todo esse apoio que recebo fez eu me sentir abraçado. Me emocionei ao chegar aqui. Não tenho palavras para dizer no local onde fui excluído pela cor. Nunca senti isso. Ouvia só relatos sobre o racismo. Mas eu vivi esse momento e é muito doloroso”, disse. O ato foi organizado por militantes de entidades negras e ocorreu de forma pacífica. Cerca de 50 manifestantes tiveram liberdade para transitar nas dependências da instituição financeira, apesar disso, não foram atendidos por nenhum representante da Caixa Econômica Federal. Eles foram até o setor do gerente, que não estava lá, e emitiram palavras de ordem como ”Racistas não passarão”. Um dos organizadores do evento, Rafael Manga, ressaltou a importância do protesto. ”Muitas vezes dizem que o racismo é ‘mimimi’. Isso, que povo branco tenta colocar na nossa cabeça, está matando cada vez mais”, alertou. Com informações do A Tarde