Governo Temer sofre primeira derrota na reforma trabalhista, rejeitada no Senado

Oposição comemora vitória. Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado

Nesta terça-feira (20), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitou por 10 votos a 9, a proposta de reforma trabalhista proposta pelo governo de Michel Temer. O resultado representa uma derrota para o governo, que contava com os votos para a aprovação. Com a rejeição do texto, o voto em separado de senador Paulo Paim (PT-RS) foi aprovado por aclamação. Agora, o relatório segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Sob o discurso de que se trata de uma ”modernização” das lei trabalhista, o projeto precariza as relações de trabalho e acaba com as principais conquistas dos trabalhadores. Os senadores da oposição buscaram barrar o projeto e discursaram durante a sessão apelando aos demais parlamentares que votassem contra o texto, demonstrando que a proposta de representa um retrocesso para o país. Os parlamentares também reforçaram que o governo está cada vez mais enfraquecido, sem apoio popular e mergulhado em uma investigação. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) não há um único senador que defenda esse projeto tal como ele foi enviado. A crítica da senadora foi por conta da decisão do relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que manteve o texto aprovado pela Câmara fazendo apenas recomendações de vetos. Isso porque se o relator fizesse qualquer mudança de mérito na proposta, o texto teria que voltar à análise da Câmara dos Deputados. ”Esse projeto é indefensável”, enfatiza a senadora, reforçando que o projeto vai aumentar a precarização as relações de trabalho e é fatal contra a Previdência. ”Esse projeto cria emprego? Tira o país da crise? Faz exatamente o inverso”, destacou a senadora. Ao encaminhar o voto do PCdoB, a senadora afirmou: ”Minha digital não estará nesta lei e jamais eu irei trair aqueles que votaram em mim porque fui eleita para ser senadora e não para recomendar A ou B a um Presidente da República”. ”Dizem que não vão mexer no salário mínimo, mas na prática acabam com a salário mínimo quando criam o trabalho intermitente, por hora. O que faz o trabalhador se o número de horas trabalhadas não alcançarem o salário mínimo?”, indagou. Ainda acreditando que o projeto seria aprovado, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse que este é um dia triste para o Senado, especificamente para a Comissão de Assuntos Sociais, ”que sempre foi tida na Casa como uma das comissões mais avançadas’. Para Renan, a aprovação da proposta só causaria ”males” ao país. ”Quando nós somarmos essa reforma trabalhista – com o que de maldade ela contém – com a reoneração de setores da economia, vamos ter um desemprego alarmante no Brasil”, afirmou.