A defesa da demarcação dos territórios indígenas da Bahia ecoou em um dos principais acessos ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), no terceiro dia de ocupação do Acampamento Terra Livre, em Salvador. Na área externa da Assembleia Legislativa da Bahia, cerca de 1.500 pessoas indígenas de 32 etnias discutem, até quinta-feira (7), a retomada das negociações em torno do marco temporal no Congresso Nacional.
Na sexta edição do acampamento, que conta com o apoio dos poderes legislativo e executivo da Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues foi recepcionado, nesta quarta-feira (6), pelos povos presentes, e dialogou sobre políticas da administração estadual para a população indígena baiana.
”Ano passado, eu os recebi e tratamos as pautas, ponto a ponto. Eles voltam hoje para monitorar as pautas do ano passado e trazerem novas demandas. A ministra Sônia Guajajara esteve aqui e, inclusive, pactuamos que aquilo que for de responsabilidade da União, juntaremos e levaremos até o presidente Lula. A gente sabe que tem um tema que não é fácil de ser tratado, que é o tema da regularização dos territórios indígenas, mas, enquanto a gente não resolve, definitivamente, o tema da demarcação, vamos cuidar dos povos indígenas com água, estradas, esporte, geração de renda e saúde”, frisou o governador sobre o compromisso do Estado.
Para Yala, da etnia Payayá, da Chapada Diamantina, o acompanhamento promove o diálogo entre os povos de todos os territórios da Bahia. ”Nós, que somos povos de comunidades tradicionais, temos nossa identidade altamente atrelada ao nosso território. Então, estamos aqui para dialogar sobre nossos direitos, ver o que a gente pode fazer, marcar alguma agenda [com os poderes] e também reunir os parentes, se alinhar nos propósitos”, dividiu.