Gilberto Kassab é ”trunfo” de Antonio Brito em possível embate com Elmar por presidência da Câmara em Brasília

Embate entre Lira e Briro pode ganhar corpo. Foto: Tiago Cruz/bahia.ba

A partir de 2025, trinta anos após o último baiano assumir a presidência da Câmara dos Deputados, podemos ver o cenário se repetindo. O possível embate entre Elmar Nascimento (União) e Antônio Brito (PSD) vem tomando corpo, e Brito teria um ”trunfo” para a disputa

A avaliação feita por políticos próximos a Brito ao Bahia Notícias é que o político conta com uma “ingerência” do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, frente ao atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Tradicional apoiador das candidaturas de Lira, o PSD poderia ajustar o revezamento no apoio com a candidatura do baiano ao posto com o endosso de Lira.

Mesmo com a possibilidade de ser um nome na disputa pela prefeitura de Salvador (veja mais), integrantes do PSD esperam que haja um enfraquecimento do grupo de Lira nos próximos anos, o que favoreceria Brito. Aliado de primeira hora do atual presidente da Câmara também sofreria o impacto. Segundo o colunista Guilherme Amado, existiriam dois motivos: o fim do orçamento secreto e as investigações da Polícia Federal (PF) que miram o entorno do presidente da Câmara.

Principal aliado de Lira, sendo ”fiador” de acordos na Câmara, Elmar também tem reforçado o arco de apoios. Elmar representaria uma ”continuidade” de Lira na condução da Câmara, onde um parlamentar com o mesmo perfil permaneceria no comando. A ideia de Elmar na presidência seria também um pedido de boa parte dos integrantes do novo “blocão” criado por Lira (veja mais aqui). Outro fator seria a manutenção de um nome que não seria ”subordinado ao governo”.

Além disso, existe uma desconfiança da confirmação do nome de Elmar por Lira (veja mais). O nome de Elmar enfrenta resistência da bancada evangélica, liderada pelo Republicanos, e também de cúpulas do PT, partido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Aliado de Nascimento, o deputado Arthur Maia (União) apontou “favoritismo” do correligionário na disputa (veja aqui). 

BAIANOS NA PRESIDÊNCIA

A história da Câmara dos Deputados também passa pela gestão dos baianos. Ao todo, desde a fundação da República, a Bahia teve três representantes no mais alto posto da Casa. Após a redemocratização, em 1988, o único foi o ex-deputado Luís Eduardo Magalhães, que assumiu a cadeira entre os anos de 1995 e 1997. O ex-presidente faleceu em 1998.

Já antes de 1988, outros dois ocuparam a presidência. O baiano Paulo Guimarães, que era médico, ao ser proclamada a República, foi eleito deputado ao Congresso Nacional Constituinte de 1890-1891, sendo presidente de 1903 a 1906. O parlamentar exerceu seu mandato até o fim da 1ª Legislatura e sendo seguidamente reeleito à 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª Legislaturas. Faleceu em 1909.

O segundo baiano foi o também médico Arthur Rios, presidente da Casa entre 1896 e 1898. Foi eleito para o Congresso Nacional Constituinte de 1890-1891 e exerceu seu mandato até o fim da 1ª Legislatura. Reeleito para a 2ª e 3ª Legislaturas, foi presidente da Câmara dos Deputados nesta última. Solicitou renúncia do cargo de presidente da Câmara dos Deputados a 29 de maio de 1897, a qual foi concedida pelo plenário da Casa; mas, logo depois, a 03 de junho do mesmo ano, foi eleito novamente seu presidente. 

Tomou posse no Senado Federal em 1898 na vaga aberta pela renúncia do senador Severino Vieira. Foi reeleito senador em 1903 para um mandato de nove anos, que não chegou a completar, pois faleceu em 1906.