Ao entrar na ala principal do presídio da Papuda, na sexta-feira (8), algemado e acompanhado de agentes penitenciários, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) não conseguiu segurar as lágrimas. Ele já havia permanecido lá em junho deste ano, quando foi preso por 10 dias, acusado de obstruir a Justiça. Mas, ao atravessar o corredor central do presídio, foi vaiado pelos detentos. Passou por eles de cabeça baixa em direção ao Bloco 5, onde estão os presos com nível superior. Geddel foi posto na mesma cela em que havia ficado pela primeira vez. Com 12 metros quadrados, ela abriga agora nove presos, que dormem em camas de três andares e tomam banho frio. Já no primeiro dia de prisão, Geddel parou de chorar, mas não saiu da cama. Recusou o banho de sol e a marmita com arroz, feijão, salada e carne. No fim da tarde, aceitou o lanche, composto de café com pão. Só no segundo dia é que o ex-ministro recebeu a visita de três de seus advogados. No parlatório, voltou a chorar. Na segunda-feira (11) queixou-se de estar com febre. Um agente penitenciário foi até sua cela e o levou, algemado, à enfermaria, onde foi atestada a pressão alta (19 por 10). Ao médico, Geddel reclamou de dores nas costas, disse que o beliche reservado a ele tinha um colchão muito fino e que precisava fazer uma consulta com seu médico particular. Aos advogados pediu que tentassem uma petição para que ficasse em um hospital, como havia conseguido o ex-médico Roger Abdelmassih, em São Paulo. Mas seus defensores não acharam adequado entrar com esse recurso. No terceiro dia preso, Geddel parecia mais resignado. Tomou banho de sol e parou de recusar a comida. O ex-ministro foi preso por determinação do juiz Vallisney de Souza Oliveira em caráter preventivo, oq eu significa que não há prazo determinado para sua libertação.