As equipes das três emissoras de TV que tiveram contato com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (7) para o anúncio de que ele testou positivo para o novo coronavírus serão afastadas de suas atividades por medida de segurança. No Palácio da Alvorada, diante de profissionais da TV pública EBC (Empresa Brasil de Comunicação) e de outros dois canais privados, CNN Brasil e Record, Bolsonaro anunciou que está doente.
Durante a maior parte do tempo, o presidente estava próximo aos repórteres, mas usava máscara. No fim da entrevista, ele se afastou um pouco e retirou o equipamento de proteção para seguir falando. ”Espera um pouco que vou afastar aqui para vocês verem minha cara. Estou bem, tranquilo, graças a deus”, disse o presidente após tirar a máscara do rosto para seguir a entrevista. Mesmo com o uso de máscara, especialistas recomendam um afastamento de pelo menos 1,5 metro.
Em nota, a EBC informou que todos os profissionais que participaram da transmissão foram afastados tão logo terminaram a cobertura. Eles ficarão em isolamento durante os próximos quatro dias, segundo informou a empresa. Depois deste período, farão exame para detectar o vírus causador da Covid-19. ”O retorno desses profissionais às atividades será definido oportunamente, de acordo com os resultados. Todos os exames serão custeados pela EBC”, informou a TV no comunicado.
A assessoria de imprensa da CNN Brasil informou por mensagem que o repórter Leandro Magalhães e o cinegrafista Carlos Alberto de Souza ficarão isolados por sete dias e só retornarão ao trabalho depois que apresentaram resultado negativo para seus exames de Covid-19.
A Record foi procurada, mas não respondeu à reportagem até o início da noite. Ao portal UOL, a emissora informou que o repórter Thiago Nolasco e os demais profissionais que tiveram contato com pessoas contaminadas serão afastados também por sete dias e, assim como no caso da CNN Brasil, só voltarão ao trabalho depois que testarem negativo para o novo coronavírus.
Pessoas infectadas, como o presidente da República, expelem o novo coronavírus enquanto falam, espirram ou tossem. Gotículas maiores de saliva e aerossóis, partículas líquidas menores que podem ficar suspensas no ar e ser inaladas por pessoas nas proximidades, podem carregar o vírus ativo, segundo estudos publicados recentemente.
Testes têm demonstrado que máscaras caseiras feitas de diversos tipos de tecido podem funcionar como uma barreira para conter a disseminação das partículas, mas nenhuma delas é capaz de fornecer proteção completa, principalmente com relação às partículas menores que podem passar pelo tecido com maior facilidade.