Em posse com centrão e chefe de Poderes, Fábio Faria pede ”armistício patriótico” no país

Fábio Faria assume cargo no Governo. Foto: Alan Santos

Em meio à escalada da crise entre Poderes, o novo ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), pediu um ”armistício patriótico” em sua cerimônia de posse no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (17), na presença dos presidentes da República, Jair Bolsonaro (sem partido), do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

”O grave momento também exige de nós compreensão, abertura ao diálogo. Se é tempo de levantarmos a guarda contra o novo coronavírus, também é hora de um armistício patriótico e deixarmos a arena eleitoral para 2022”, disse Faria.

”É preciso sobretudo respeito e que deixemos nossas diferenças político-ideológicas de lado para enfrentarmos esse inimigo comum que tem lamentavelmente tirado a vida de pessoas e gerado danos incalculáveis à economia. É hora de pacificar o país”, afirmou o novo ministro das Comunicações.

A cerimônia presencial -com aglomeração, apertos de mão e algumas pessoas sem máscara- levou de volta ao Planalto nomes do centrão, como os presidentes do PSD, Gilberto Kassab, Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), e do Republicanos, Marcos Pereira (SP).

Também estavam presentes o advogado Frederick Wassef, que defende Bolsonaro e o senador Flávio (Republicanos-RJ), filho dele, representantes de emissoras de TV, o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, Patrícia Abravanel, mulher de Faria, e o ex-jogador Alexandre Pato, casado com uma irmã de Patrícia.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), fiel aliada de Bolsonaro e alvo de uma quebra de sigilo bancário no âmbito do inquérito que apura atos antidemocráticos organizados por apoiadores do presidente, também participou da cerimônia. Sob ameaça de demissão por causa de ataques ao STF, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, não participou da posse.

O presidente da Câmara ficou em uma rodinha antes da cerimônia, conversando com deputados e com o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). O Ministério das Comunicações, 23º do governo Bolsonaro, é fruto de um desmembramento da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovações, comandada pelo astronauta Marcos Pontes e alvo da cobiça de siglas do centrão.