Em Jaguaquara, Gerson Gabrielli comenta sucessão, aposta em Souto e diz que Neto tem o DNA da política

Gabrielli-BlogMarcosFrahm

Em visita a Jaguaquara, Gabrielli confirma pré-candidatura a deputado

Deputado federal por dois mandatos pelo DEM, atual presidente da CLAM – Confederação Latino-Americana de Comércio; presidente da UBE – União das Bases Empresariais; ex-presidente da CDL – Salvador; ex-presidente da CNDL – Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas; comentarista em economia e política Gerson Gabrielli retornou a Jaguaquara, neste sábado (31), onde tornou-se o deputado federal mais votado da história política do município, quando apoiado em 2002 pelo então prefeito Valdemiro Alves de Oliveira, “Mirinho”. Gerson diz ter raízes na cidade de Jaguaquara; é casado com a jaguaquarense Marizia Tinoco Melo, filha do ex-governador e ministro da Educação, Eraldo Tinoco Melo. Sua visita no sábado teve por finalidade prestigiar a posse da nova diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas de Jaguaquara, na condição de presidente da CLAM. E como dizem: ‘’quem entra na política dela não sai’’, Gabrielli concedeu entrevista ao Blog Marcos Frahm e não se furtou de falar sobre o assunto político-eleitoral. Iniciou afirmando que ‘’líder não tem passado, tem história’’. Comentou o cenário político a nível nacional e estadual. Disse que o ano eleitoral gera expectativa na área da economia: ‘’Na Bahia como no Brasil o momento é de muita expectativa. O grande problema da economia são os especuladores, que criaram agora uma conversa de que depois da Copa nós vamos ter o buraco negro, em relação ao período depois da eleição. Isso é muito ruim, porque os investidores travam, puxam o freio de mão e a economia começa a patinar. Isso significa redução de emprego, redução de impostos e uma instabilidade que gera violência. Mas o momento é especulativo. Eu acho que Brasil é maior de que o buraco negro que estão dizendo que teremos depois das eleições’’.Gerson-Gabriell-entrevista-BlogMarcosFrahm

 Quando se fala em economia lembra-se de administração, falar de administração é lembrar-se de governante. Estamos nos aproximando das eleições e na Bahia os nomes do ex-governador Paulo Souto (DEM) e do deputado federal Rui Costa (PT) estarão representando os dois maiores grupos políticos do Estado na disputa. O senhor, como um ex-deputado, como analisa a disputa eleitoral na Bahia?

Em 2006 existia um sentimento de mudança. O grupo do senador Antônio Carlos, com governador Paulo Souto, vinha de um processo de quase doze anos de comando do estado. Houve um momento em que a sociedade achou que deveria buscar uma nova alternativa e no bom momento de Lula e do PT se gerou essa esperança e a sociedade navegou nessa expectativa. Só que os desafios são muito grandes. Não é só com discurso, com boa vontade que você consegue fazer gestão. Esses oito anos do governador Wagner estão sendo analisados pela sociedade. A história terá tempo de julgá-lo mais na frente, mas a sociedade está analisando se esse modelo de gestão deve continuar ou não. O sentimento que tenho, a percepção que tenho e as pesquisas pontualmente refletem isso, é que as pessoas querem um novo modelo, uma nova dinâmica, um formato mais atualizado com um choque de gestão.

Paulo Souto, por ser um ex-governador, por já ter passado pelo governo, por já ter sido votado como candidato a governador e a senador ele representaria esse novo?

Ele representaria segurança. É reconhecidamente um gestor competente, um técnico e representa o modelo de uma gestão mais centrada, mais pontual, mais voltada a organização da estrutura do estado. Por tanto, a sociedade está sinalizando um novo modelo de gestão. Agora, o novo, é a nova maneira de pensar, é a nova maneira de fazer uma gestão no novo momento do país. Eu creio que com a experiência dele, (Paulo Souto), a experiência do deserto, que é você ficar fora do poder, refletindo sobre o que você fez de certo e errado, Paulo Souto volta mais maduro, se ele for eleito, observando que muitas coisas em suas atitudes precisam ser atualizadas, principalmente a relação entre seus pares, prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais. O que Paulo representa é a experiência que trás vigor.

O senhor tem forte ligação com o prefeito ACM Neto, que chegou a ser cotado para representar a candidatura do DEM ao governo. O mandato de Neto tem sido bem avaliado, inclusive com sua presença ao lado dele em quase todos os eventos que ACM participa. Como o senhor analisaria Neto disputando o cargo de governador?

Ele tem um perfil de ser governador do estado e até de alcançar voos mais altos. Neto é um garoto extremamente maduro, centrado e sabe a onde quer chegar. Eu convivi com ACM Neto durante quatro anos no Congresso Nacional. Ele tem o DNA da política, se preparou para a vida política, foi um deputado valente, corajoso e combativo. Eu tive a oportunidade de coordenar a primeira campanha dele para prefeito de Salvador, quando ele não logrou êxito. Continuou deputado federal e, em 2013, assumiu a prefeitura de Salvador de maneira surpreendente. Deu um choque de gestão em Salvador. Ele abdicou do que ele sabe fazer, que é articulação política e praticamente arrumou a casa. Salvador está diferente, está mais cuidada. Neto já é considerado o melhor prefeito do Brasil. Foi convidado para ser governador e preferiu honrar os quatro anos como prefeito e ainda é um menino, de 35 nos e tem mais 35 pela frente para fazer política.

Nas eleições deste ano, vários ex-deputado estarão tentando retornar à Assembleia Legislativa e a Câmara Federal. E o senhor, será candidato novamente?

Eu fui convocado agora, estarei disponibilizando o meu nome para o partido, vou enfrentar esse novo desafio e se for da vontade de Deus eu vou conseguir de novo, disse Gabrielli. Já sobre a disputa presidencial, o ex-deputado revelou acreditar que Dilma Rousseff será reeleita presidente da República, por apresentar, apesar das manifestações que enfrenta chances reais de reeleição.