”É um pai de família, desempregado”, relata mãe sobre suposto homem-bomba que invadiu a Unijorge

Frank ameaçou explodir Unijorge. Fotos: Alberto Maraux
Frank ameaçou explodir a Unijorge. Foto: Alberto Maraux

Frank Oliveira da Costa, que ameaçou explodir a Unijorge no último domingo (24/7), perdeu a vaga em um concurso público por não possuir a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A informação foi dada por sua mãe, identificada apenas como Silene, ao Correio. ”Ele é um pai de família, desempregado. Passou no concurso para trabalhar em Brasília, em 10º lugar, e perdeu de trabalhar por causa da OAB. Em vez de levarem ele pro médico, liberaram”, criticou a mãe do rapaz, que mora em Natal. Segundo relatos, Frank morava na cidade com a mãe, a irmã e o sobrinho há dois anos, até que voltou para a capital baiana há três meses. “Ele foi embora porque queria bater na mãe e na irmã, que tem esquizofrenia. A mãe dele sofre muito, é uma senhora já, muito velhinha. A gente sabe o que a irmã dele tem, mas não sabe o que ele tem”, contou uma vizinha de Frank, morador do bairro de Itapuã. De acordo com a fonte, Frank ”era esquisito”, não falava muito com as pessoas e andava sozinho, às vezes de sunga, pela rua. O homem já chegou até a jogar água em pedestres que passavam pela calçada de sua casa. “Tinha um menino que passava pela casa dele e ele dizia que [o menino] estava manifestado, que ia queimar”, lembrou. Em Natal, Frank tentou a OAB seis vezes, o que foi confirmado pelo presidente da seccional do Rio Grande do Norte, Paulo Coutinho. O representande da OAB-RN lembrou de uma cena protagonizada pelo próprio Frank, que começou a xingar a OAB antes do exame. ”Ele se sentou, mas assim que recebeu a prova, começou a gritar novamente. Rasgou a prova, jogou no chão e foi embora. Não teve outro episódio grave. Das outras vezes, a comissão informou que ele chegava e fazia algum comentário, mas se continha”, contou. Depois de aprovado no concurso que não pôde tomar posse, Frank entrou com processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Ministério da Saúde, requerendo que fosse empossado no cargo em que foi aprovado na pasta, em 2010. O então ministro Eros Grau decidiu tornar a petição sem efeito, porque Frank não detinha ”capacidade postulatória para ajuizar a reclamação” e afirmou que o exercício da advocacia é prerrogativa de quem é regularmente inscrito na OAB. Frank também move ação contra a prefeitura de Boa Saúde. Atualmente Frank vende balas nos ônibus, já que não consegue achar emprego para sustentar a família. O homem é pai de dois filhos, que moram na Bahia, mas é proibido de contatá-los pela ex-esposa. *Bahia Notícias