O deputado federal João Roma (PL), que recebeu mais de 738 mil votos nas eleições para governador da Bahia, sendo derrotado no 1º turno, disse que seu apoio ao candidato do União Brasil, ACM Neto, não garante que todos os votos sejam transferidos ao ex-prefeito de Salvador. ”Ninguém é dono do voto de ninguém, pois cada um exerce o direito ao voto com a sua consciência. Eu declarei minha posição política de adversário do PT na Bahia e no Brasil”, disse Roma, em entrevista à Rádio Paraguassu, de Santo Estêvão.
Roma também reiterou que ter declarado apoio a ACM Neto no segundo turno não quer dizer que ele se tornou aliado do candidato ao governo que enfrenta Jerônimo Rodrigues (PT). ”Mas fica claro que muitos eleitores nossos se ressentem por não verem um contraste entre ACM Neto e o candidato do PT”, comentou Roma, após ser questionado sobre a resistência de alguns eleitores bolsonaristas de depositarem voto no ex-prefeito de capital.
O parlamentar comentou que o segundo turno virou ”com uma tendência muito forte para a reeleição de Bolsonaro”. Para justificar o pensamento, Roma indicou os apoios de Claudio Castro (PL) e Romeu Zema (Novo), governadores reeleitos de Rio de Janeiro e Minas Gerais, e também do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), estado onde o candidato apoiado pelo presidente Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também lidera a disputa.
O ex-ministro da Cidadania também acredita que Bolsonaro vai aumentar a votação que teve no Nordeste. “Ele foi o presidente que mais fez pelo Nordeste”, pontuou, ao indicar, dentre outras obras, a conclusão do principal trecho da transposição do Rio São Francisco.
Em entrevista à Rádio Mix BA, de Conceição do Jacuípe, Roma explicou que a indicação de voto em ACM Neto indica uma outra característica dele, a de não ficar neutro em nenhuma eleição. ”Eu sei, inclusive, escolher o menos pior. Tenho que me posicionar como líder político inclusive para dizer o eleitor para onde ele não deve ir”, salientou Roma.